Responsável por cerca de 80% das dívidas da população, o cartão de crédito é a válvula de escape para muitas famílias desafogarem as finanças apertadas em função dos compromissos e da manutenção do estilo de vida. O problema é que com a alta da taxa Selic, o recurso se tornou mais pesado para seus usuários. De acordo com o Banco Central (BC), os juros do rotativo atingiram 370,4% em junho último – é o maior patamar dos últimos 5 anos.
Segundo o Serasa Experian, esse tipo de crédito oferecido ao consumidor quando ele não faz o pagamento total da fatura do cartão até o vencimento e quita apenas o valor mínimo da fatura. No entanto, a diferença entre o valor total e o que foi efetivamente pago até o vencimento se transforma em uma verdadeira “bola de neve”. Com isso, os empréstimos passam a ter juros no restante que os clientes têm que custear.
Para o especialista em planejamento orçamentário Wellington Alves dos Santos, o cenário se tornou mais preocupante porque o instrumento não tem sido utilizado com tanta frequência para aquisição de bens duráveis, mas sim para bancar necessidades essenciais do dia a dia.
"Antes, o cartão era o preferido para compras de maior valor agregado e, agora, passou a ser o principal meio de pagamento do brasileiro para compras de rotina, como no supermercado, restaurante, farmácias, mercearias”, alerta Wellington.
Como reduzir a dependência do cartão
Crédito não é extensão de renda: muitos chegam a utilizar mais de três cartões no mês e a somatória dos limites fica muito acima da realidade orçamentária. É preciso reduzir a quantidade de cartões usados, bem como os seus valores;
Mudança no padrão de consumo: no primeiro momento, cortar gastos supérfluos é fundamental para reorganizar a saúde financeira. Despesas essenciais também podem ser readequadas, de forma que o indivíduo priorize produtos e serviços mais baratos;
Reserva de emergência: investir na criação de um “colchão financeiro” é importante para evitar que as pessoas fiquem vulneráveis ao se depararem com imprevistos cotidianos. Além disso, a reserva pode fazer o dinheiro se multiplicar, caso esteja aplicada na poupança ou no Tesouro Nacional.