Após ser denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF MT) à Justiça por, supostamente, terem praticado lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva, o ex-juiz Julier Sebastião da Silva se defendeu, afirmando que nunca manteve qualquer ligação com “atos tidos por irregulares na referida apuração”.
Por meio de nota, Julier desconheceu a investigação conduzida pelo MPF em conjunto com a Polícia Federal, que envolve o seu nome e o empresário Osvaldo Alves Cabral. O ex-juiz é acusado de receber uma mesada, além de ter paga suas despesas ligadas ao próprio projeto político.
“Até o momento, não tenho conhecimento sobre quais os fatos estão realmente sendo investigados no referido inquérito judicial. Sabe-se apenas da existência de um suposto oferecimento de denúncia, os quais, por certo, não trazem qualquer participação deste em suposta infração”, declarou Julier.
O ex-juiz se diz surpreso e indignado com as notícias que foram publicadas nesta terça-feira (04) e reafirmou sua confiança nas instituições envolvidas na investigação.
“Reafirmo a confiança nas instituições envolvidas e a minha surpresa e indignação em face das notícias em questão, consignando que sempre pautei minha conduta pessoal e profissional com a mais absoluta ética, imparcialidade e seriedade, como é do conhecimento de toda a sociedade mato-grossense”, completou em nota de esclarecimento.
Entenda o caso
A denuncia à Justiça, feita pelo MPF foi divulgada ontem. Por meio de monitoramento telefônico, quebra de sigilo bancário, busca e apreensão, colheita e análise de informações, além de oitivas, ficou comprovado que Julier cometeu crimes funcionais quando exerceu a titularidade da 1ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso atuando em processos de interesse do grupo representado por Osvaldo Cabral, que atuava como lobista de empresas na área de construção civil.
Em troca, o então juiz federal recebia uma mesada e tinha despesas ligadas ao seu projeto pessoal e político pago, com dinheiro vindo de empresas beneficiadas por decisões dele, enquanto juiz e que mantinham contratos diretos ou indiretos com o governo.
Julier teria recebido ao menos R$ 135 mil, em pagamentos mensais, de empresas ligadas ao Consórcio VLT Cuiabá, por ter liberado, enquanto magistrado, a execução das obras do modal, suspensas em 2012.
Confira a nota de Julier Sebastião:
“Considerando notícias acerca da eventual presença de meu nome no episódio sujeito à jurisdição do Ministério Publico Federal, venho esclarecer que nunca mantive qualquer ligação com atos tidos por irregulares na referida apuração. Até o momento, não tenho conhecimento sobre quais os fatos estão realmente sendo investigados no referido inquérito judicial. Sabe-se apenas da existência de um suposto oferecimento de denúncia, os quais, por certo, não trazem qualquer participação deste em suposta infração.
Por fim, reafirmo a confiança nas instituições envolvidas e a minha surpresa e indignação em face das notícias em questão, consignando que sempre pautei minha conduta pessoal e profissional com a mais absoluta ética, imparcialidade e seriedade, como é do conhecimento de toda a sociedade mato-grossense”.
Atenciosamente,
Julier Sebastião da Silva
Ex-juiz Julier Sebastião é denunciado pelo MPF por suposta corrupção