Pequim reivindica quase todo o Mar do Sul da China, incluindo áreas próximas à costa de outros países. As Filipinas provocaram a ira da China ao procurar arbitragem das Nações Unidas para a disputa.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês condenou as Filipinas e o Vietnã, acusando os líderes vietnamitas na quinta-feira de “indulgência e conivência” com os manifestantes anti-China ao falhar em controlar os protestos. De acordo com o jornal oficial chinês, os minisros dos Negócios Estrangeiros da China e do Vietnã conversaram por telefone ontem (15) sobre os tumultos no país.
Numa conferência de imprensa, realizada hoje, o porta-voz do Ministério do Comércio chinês, Shen Danyang, advertiu para as repercussões que os motins podem ter nos interesses de empresas do Vietnã.
O jornal estatal China Daily pronunciou-se na mesma linha, alertando que se a violência continuar, vai “apenas aumentar a desconfiança e a inimizade entre os povos vietnamitas e chineses”.
“Os mortíferos motins são a prova de que o Vietnã fez ‘ouvidos moucos’ [surdos] aos apelos da China para o diálogo sobre as disputas territoriais entre os dois países no Mar do Sul da China”, escreve o jornal.
A agência oficial de notícias chinesa Xinhua também publicou comentário hoje, no qual diz que o Vietnã “carrega a inabalável responsabilidade pelos violentos ataques contra empresas e cidadãos chineses”, pelo que “deve tomar todos as medidas necessárias e eficazes para garantir a segurança de empresas e pessoas no Vietname”.
Nos protestos, mais de uma dezena de fábricas foram incendiadas por manifestantes e as autoridades vietnamitas anunciaram, na terça-feira, a detenção de 500 pessoas por terem participado nos motins. A escalada da tensão fez com que ONU apelasse e pedisse a moderação negociada entre as partes.
A China e o Vietnã mantêm uma antiga disputa territorial no Mar do Sul da China por causa da soberania das ilhas Paracel e Spratly, alegadamente ricas em petróleo.
*Com informações da Agência Lusa
Agência Brasil