A 20 dias do primeiro jogo em Curitiba, as pontes para embarque e desembarque, também chamadas de finger, ainda estão em construção. Atualmente, seis pontes estão em operação. A Infraero promete habilitar mais duas até o Mundial. Quando se fala em modernização do terminal, consideram-se as duas novas salas remotas de embarque cujo passageiro vai de ônibus até o avião e a ampliação do terminal de desembarque de 46 mil para 64,8 mil metros quadrados. Próxima à saída do terminal será montada a instalação da Fun Zone. Este espaço, de acordo com a Infraero, será uma área destinada à recepção de turistas oferecendo conforto, conveniência e entretenimento, climatizada, wi-fi gratuito, telefones públicos e balcões de atendimento. Há ainda as intervenções e ampliação na pista que estão na reta final.
A estimativa do Ministério do Turismo é de que mais de 160 mil pessoas visitem o estado durante o período. Destes, 26 mil devem ser estrangeiros e 136 mil brasileiros sendo que muitos devem chegar via aeroporto. Para a Infraero, o Afonso Pena tem capacidade para atender a este montante de passageiros. Independentemente da realização do Mundial, o terminal registra, por ano, aumento de demanda. Em 2013, por exemplo, o aeroporto internacional de Curitiba contabilizou 6,7 milhões de embarques e desembarque. Apenas nos três primeiros meses deste ano, conforme a Infraero, já foram contabilizados 2,3 milhões de pousos e decolagem. O número representa um acréscimo de 13% em relação ao mesmo período do ano passado.
Agora, com a Copa do Mundo, os turistas vão movimentar ainda mais a cidade. Em Curitiba, serão quatro jogos, nos dias 16, 20, 23 e 26 de junho. A presença estrangeira na Arena da Baixada será representativa 30%.Acostumada a utilizar a área de desembarque internacional do Afonso Pena, a agente de viagem Marjorie Cristina Gabardo Pimentel, de 43 anos, conta que o espaço foi ampliado, porém, nada mudou em relação aos serviços.Está um pouco maior, mas o número de esteiras continua o mesmo. O espaço que foi aberto é inutilizado, não tem nada, não tem assento. É um espaço vazio. Não sei porque foi aumentado, questiona. Para ela, a ampliação não facilita a vida dos estrangeiros e nem mesmo dos brasileiros que passam por ali.A gente [brasileiro] está acostumado. A gente se vira porque sabe onde é o desembarque, onde tem que descer. Já os estrangeiros estão acostumados com outro tipo de organização, que é diferente da nossa. Não melhorou em nada [a ampliação]. Continua a mesma coisa, ressalta Marjorie.Ela também reclama do tempo de espera para as malas chegarem até os passageiros após o desembarque.Mala demora mais de 30 minutos, com sorte pode vir rápido, mas tem dia que fico esperando entre 30 e 45 minutos, relata a agente de viagem.
Neblina
O equipamento ILS Cat III, que pode amenizar os problemas decorrentes da neblina, como o fechamento do aeroporto e atraso de voos, ainda não está disponível no Afonso Pena. Já houve a promessa de que o mecanismo estaria disponível para a Copa do Mundo. Depois, divulgou-se que estaria em operação em dezembro de 2014. Agora, segundo a Infraero, o ILS Cat III será homologado pelo Departamento de controle do Espaço Aéreo (Deca) e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) até julho 2015. Na prática, é um complexo sistema instalado em diversos pontos, dentro e fora do aeroporto, que permite aos pilotos a aproximação e pouso em condições de visibilidade e teto reduzidos. O radar de superfície, necessário à implantação, foi adquirido em março de 2013.
Velha conhecida dos curitibanos e de quem utiliza o Aeroporto Afonso Pena, a neblina não deve ser um problema durante a Copa, na avaliação da Infraero. A empresa argumenta que o terminal possui o ILA Cat II que auxilia pousos e diante de um cenário de baixa visibilidade. Além disso, entre 16 de junho e 13 de julho de 2013 mesmo período da Copa do Mundo o aeroporto ficou fechado para operações 3,87%, ou 29 horas e 45 minutos. A diferença entre as versões II e III está no grau de visibilidade. A última permite operação com visibilidade zero.É importante ressaltar que apenas o ILS Cat III não elimina por completo os limitadores para pousos e decolagens impostos pela neblina. O piloto precisa de uma habilitação específica e a aeronave deve estar homologada.
G1