Os constantes atrasos se devem, em parte, à polêmica com as cadeiras, que chegaram a ser licitadas, mas o alto preço fez com que o governo recuasse depois da intervenção do Ministério Público Estadual (MPE). Um acordo judicial firmado em audiência de conciliação entre a Secopa e a empresa Kango garantirá uma economia aos cofres públicos de aproximadamente R$ 1,3 milhão na aquisição das cadeiras da Arena Pantanal, um ‘desconto’ irrisório de R$ 29 por cadeira.
O curioso é que em 2010 a Arena Pantanal chegou até mesmo a ser o estádio mais avançado para a Copa. Hoje, as obras já estão 85% concluídas e os locais onde existem os trabalhos em maior ritmo são a instalação da cobertura, preparação do gramado, acabamento interno e entorno.
Na semana passada, mais um susto contribuiu para aumentar a dúvida sobre a conclusão da obra dentro do calendário. Um incêndio ocorrido no subsolo do estádio consumiu as placas de isopor que seriam usadas na cobertura. A Secopa informou que o incêndio, debelado rapidamente pelo Corpo de Bombeiro da capital, teria sido provocado por um curto-circuito e gerou desconfiança na população, pois a obra é nova e não teria razão para tal, apenas se não estivesse dentro de normas de segurança ou pela utilização de material e serviços de baixa qualidade.
Dos doze estádios da Copa do Mundo de 2014, seis ainda estão em construção. A previsão é de que eles sejam entregues até o final de dezembro, quando acaba o prazo. Em sua última visita ao Brasil, no começo do mês, o secretário-geral da Fifa, JérômeValcke, passou por Cuiabá e revelou preocupação com o risco de atraso na conclusão da Arena Pantanal, possibilidade agora admitida pelo governador Silval Barbosa.
Reclamando muito de ‘distorções’ em relação às obras da Copa, o governador garantiu, durante inauguração da ponte Antônio Dorileo, sobre o rio Coxipó, que apesar das dificuldades todas as obras ficarão prontas, “nem que seja daqui a dois anos”. “Não farei nada de irresponsável para deixar para o próximo governador”, declarou, mandando um recado: “Não receberei nenhuma obra que não tenha qualidade e, se houver falhas, não serão por culpa da Secopa, mas das empreiteiras”.