Usuários se apertaram para entrar nos ônibus no Terminal Integrado Joana Bezerra (Foto: Bruno Grubbert / TV Globo)
O Tribunal Regional do Trabalho da 6º Região (TRT-PE) fixou em 12% o reajuste salarial para motoristas, cobradores e fiscais de ônibus do Grande Recife, no julgamento do dissídio coletivo da categoria, realizado na noite desta quarta (15), na sede do órgão, Cais do Apolo, área central da capital. O TRT também elevou de R$ 188 para R$ 300 o valor do tíquete-refeição dos rodoviários, um reajuste de 59,57%. Com isso, a greve deflagrada na última terça (14) chegou ao fim e o retorno dos trabalhadores ao serviço ocorre nesta quinta (16).
Com o aumento, os salários passam a ser de R$ 1.976,80 (motoristas), R$ 909,44 (cobradores) e R$ 1.277, 92 (fiscais), respectivamente. Atualmente, os vencimentos são de R$ 1.765 (motoristas), R$ 812 (cobradores) e R$ 1.141 (fiscais). O Sindicato dos Rodoviários comemorou o resultado do dissídio. Já o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE), que representa os empresários do setor, informou que vai avaliar se recorrerá da decisão.
O julgamento ocorreu na Sala de Sessões do Pleno do TRT-PE. A sessão estava marcada para começar às 18h, mas foi iniciada com atraso, por volta das 20h15. O relator do processo foi o desembargador Paulo Alcântara, que defendeu 12% de aumento salarial e 59, 57% para o tíquete. Ele foi acompanhado por dez magistrados, que também votaram a favor dos 12%. Já a proposta de elevação do tíquete foi aceita em um placar de 6 a 5.
Na última rodada de negociação, no dia 9 de julho, o sindicato patronal havia oferecido R$ 220 de vale-refeição e reajuste de 9,5%. A proposta foi rejeitada pelos rodoviários, que iniciaram a paralisação na terça (14).
Dissídio coletivo
O dissídio da categoria foi ajuizado na noite da terça (14) pelo Urbana-PE. A pedido do sindicato, o TRT determinou que, durante a greve, fosse mantida em circulação 70% da frota disponível nos horários de maior movimento (6h às 9h e 16h às 20h) e de 50% nos de menor movimento.
Durante os dois dias de paralisação, quem precisou de coletivos para ir ao trabalho sofreu com longa espera e paradas lotadas. O balanço mais recente divulgado pelo Grande Recife Consórcio de Transporte, ainda no início da tarde desta quarta, antes da votação, contabilizou que 52% da frota de ônibus circulou durante a manhã (entre 6h e 9h).
Já o percentual registrado na terça (primeiro dia da paralisação), no horário de pico da noite (entre 17h e 19h30), foi de 43,53%. Durante a greve, foram registrados 21 veículos depredados.
O Sindicato dos Rodoviários afirmou que manteve 70% da frota nas ruas, como determinou o TRT.
Fonte: G1