Tanto Leandro quanto Maicon estavam no local em horário de expediente para dar apoio aos vereadores Chiquinho Brazão e Professor Uóston, ambos doPMDB, presidente e relator da comissão respectivamente.
Os dois se envolveram em confusão com manifestantes e jornalistas, e acabaram detidos e reconhecidos como agressores. Na delegacia, os dois negaram participação nos atos e ser milicianos, como chegaram a ser acusados. Ambos foram liberados após prestar depoimentos. Na página do Facebook de Leandro e de Maicon há fotos dos dois com o governador Sérgio Cabral e até mesmo com o prefeito Eduardo Paes. Os dois tinham publicado fotos chegando à Câmara na manhã de ontem e Maicon chegou a escrever que "a porrada ia comer". Ambos já tiraram seus perfis do Facebook do ar. Leandro era lotado na Casa Civil como assistente e Maicon como ajudante.
A CPI dos Ônibus continua suspensa na Justiça até que o presidente da Câmara Municipal, Jorge Felipe, também do PMDB, esclareça o questionamento feito por vereadores da oposição de que a composição da comissão tenha sido feita de forma ilegal e irregular. Os manifestantes seguem ocupando as escadarias da Câmara e seguem vigiados de perto pela Polícia Militar. O clima no local é de tranquilidade.
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas, o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.
A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.
A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.
Fonte: Terra
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