De 14 governadores que assumiram o mandato no último dia 1º de janeiro no lugar de gestões adversárias, metade confirmou ao iG que terá que arcar com déficits fiscais que chegam a ultrapassar a casa de R$ 5 bilhões. Os demais Estados em que houve troca de gestão não informaram o déficit previsto para exercício financeiro em 2015 ou disseram que receberam o Estado sem prejuízos. Por conta dessa alegada crise financeira, governadores estão anunciando desde corte de funcionários a até a venda de parte dos bens do Executivo estadual.
Somente no Rio Grande do Sul, o déficit fiscal conforme a equipe do governador Ivo Sartori (PMDB) chega a R$ 5,5 bilhões. No Tocantins, o governador Marcelo Miranda (PMDB) diz que herdou uma dívida de R$ 4 bilhões. No Distrito Federal, a dívida deixada pelo governador Agnelo Queiroz (PT), herdada por Rodrigo Rollemberg (PSB), chega a R$ 3,1 bilhões. Em Mato Grosso, Pedro Taques (PDT) afirma que herdou o Estado com uma dívida de R$ 2,5 bilhões. No Maranhão, os débitos deixados pela governadora Roseana Sarney (PMDB) a Flávio Dino (PCdoB) chegam a R$ 1 bilhão, assim como no Rio Grande do Norte. E no Piauí, o governador Wellington Dias (PT) alega que recebeu o Estado com um déficit de R$ 457 milhões.
Apesar de não ter o déficit fiscal maior, a situação é mais crítica no Distrito Federal onde servidores não recebem salários desde novembro do ano passado. A expectativa é que os salários atrasados sejam pagos apenas na semana que vem. Além disso, Rollemberg também cancelou a realização do Carnaval em 2015 e adiou o início do ano letivo como forma de tentar a crise financeira. A Procuradoria Geral do Estado (PGE) no Distrito Federal, inclusive, vai pedir uma investigação contra a gestão Agnelo por conta do déficit financeiro deixado pelo petista.
No Rio Grande do Sul, o governador Ivo Sartori determinou a suspensão de pagamentos de dívidas de seu antecessor, Tarso Genro (PT) que chegam a aproximadamente R$ 700 milhões, conforme o governo do Estado. No Rio Grande do Sul, o “choque de gestão” também abrange a suspensão do pagamento de diárias para fora do Estado, de contratação de consultorias, de serviços terceirizados e de convênios. Essas medidas tem como prazo de validade de 180 dias.
Em Mato Grosso, o governador pedetista pretende determinar a exoneração de 2 mil servidores comissionados. Taques também já determinou a suspensão de todos os pagamentos do Estado durante o período de 90 dias. A medida tem como exceção apenas serviços básicos como saúde e educação. O pedetista também determinou a suspensão de concursos públicos em Mato Grosso por um período de 120 dias.
Já no Maranhão, o governador Flávio Dino não somente suspendeu pagamentos como iniciou um processo de venda da Casa de Veraneio do Governo do Estado. O imóvel, localizado na região praiana de São Luís, capital do Estado, era utilizado por antigos chefes do executivo para a realização de festas ou para receber autoridades. Dino quer que o dinheiro do imóvel seja utilizado na área da sáude.
Além disso, o comunista também determinou a suspensão de precatórios em favor da empresa Constran, suspeita de ser favorecida do esquema de corrupção comandado pelo doleiro Alberto Youssef. Esse precatórios chegam a R$ 113 milhões e conforme investigações da Polícia Federal, Youssef teria subornado membros do governo para que esse pagamento fosse facilitado. Ainda como forma de contenção de despesas, Dino determinou o cancelamento de 400 pagamentos feitos pelo governo do Estado entre os dias 29, 30 e 31 de dezembro de 2014, com indícios de irregularidades. Entre eles, estavam pagamentos às empresas de pessoas ligadas ao governador em exercício até então, Arnaldo Melo (PMDB).
iG