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Goleiro Rafael lembra ex-cruzeirense Ananias e fala em encerrar o Brasileiro com ‘dignidade’

A queda do avião da Chapecoense que vitimou 71 pessoas – entre jogadores, dirigentes, membros da comissão técnica, jornalistas e tripulantes – demorará muito tempo a ser compreendida pelas pessoas que vivem no meio do futebol. O clima no qual está envolvido o esporte é o pior possível. E diante da tristeza e do luto em todo o país, surge o questionamento: a última rodada do Campeonato Brasileiro deve ou não ser realizada? Para o goleiro cruzeirense Rafael, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) acertou em adiar os últimos jogos de 4 para 11 de dezembro, mas os últimos compromissos, na opinião do jogador, têm de ser realizados.

“A gente ouve muitas opiniões. Eu acho que a CBF acertou em ter adiado a rodada. Não tínhamos condições de entrar em campo. Não cabe a nós jogadores tomar essas decisões. Estou chateado e triste, pois perdi pessoas muito próximas. Isso vai ficar marcado pelo resto de nossas vidas, mas somos profissionais. Temos compromissos com quem assiste futebol. Vamos entrar em campo e nos dedicar. Todos que trabalham com futebol vão fazer uma grande homenagem. Não vamos deixar nunca que todas as coisas bonitas que todos estes profissionais se apaguem”, disse o camisa 12, que foi companheiro de Ananias, atacante do Cruzeiro em 2013 e um dos mortos na tragédia.

“Tive a oportunidade de jogar com o Ananias, conheci ele e a família. Conheci todos. Os profissionais de imprensa também. Não tem como não falar dessa fatalidade. Afeta todos nós. Vocês da imprensa também. Uma fatalidade tão próxima. Dá pra ver no dia a dia como está o clima, o ambiente está diferente. Tudo nos faz lembrar. Eu saio daqui e fico ligado na TV vendo as notícias, rezando muito pelas famílias que perderam os entes e pelos sobreviventes que estão nesta luta pela vida. É difícil falar, mas é algo que a gente tem vivido 24 horas por dia”.

O Cruzeiro, que não corre o risco de ser rebaixado, vai receber o Corinthians às 17h do dia 11, no Mineirão. As chances do clube celeste são de conquistar vaga na Copa Sul-Americana – competição em que a Chape disputaria a final contra o colombiano Atlético Nacional, não fosse o trágico acidente na terça-feira. Já o time paulista tem chances de se classificar para a Copa Libertadores – precisa vencer e torcer por tropeço de Atlético-PR ou Botafogo.

De acordo com Rafael, disputar a última rodada com a “maior dignidade possível” seria uma forma de homenagear os falecidos. “Eu acho que já está sendo difícil a retomada dos trabalhos. Ontem foi um dia difícil, naquela oração. Devagarzinho vamos retomando as atividades porque somos profissionais e temos compromissos. Vamos continuar trabalhando, mas carregando no coração mais pessoas. Tenho certeza que vamos fazer o possível pra lembrar dos momentos felizes que todos estes jogadores tiveram dentro de campo. Os jornalistas também. A maior homenagem é carrega-los junto de nós. Tivemos perdas muito grandes. Vamos sempre lembrar com muito carinho. Temos que reunir forças para ter esta semana de trabalho e jogar. Como somos profissionais temos que cumprir nossa obrigação, fazer o último jogo com a maior dignidade possível. É assim que temos que continuar”, afirmou o goleiro.

Além da briga por vagas na Libertadores, a última rodada do Brasileiro definirá o último rebaixado à Série B. O Internacional, 17º colocado com 42 pontos, precisa vencer o Fluminense no Giulite Coutinho, no Rio de Janeiro, e torcer para que o Sport seja derrotado pelo Figueirense, na Ilha do Retiro. O Vitória também tem chance de ser rebaixado, mas teria de ser goleado pelo campeão Palmeiras no Barradão (veja a tabela de classificação do Brasileiro).

A única partida que tende a não ser realizada é justamente entre Chapecoense e Atlético. O presidente do clube alvinegro, Daniel Nepomuceno, já anunciou que a equipe não jogará a última rodada, o que configurará em W.O.

Fonte: Super Esportes

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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