O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) por meio de nota esclareceu que não possui conhecimento do teor do depoimento do cabo Gerson Luiz Correa, da Polícia Militar, envolvido no caso dos grampos. O réu teria firmado termo de colaboração premiada para tentar diminuir sua pena e teria dito que a juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal, juntamente com o então promotor-coordenador Marco Aurélio, tramou uma “estória” para interceptar os suspeitos do atentado contra a vida dela, sendo o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e o ex-deputado José Riva (atualmente sem partido).
Ao Circuito Mato Grosso, a magistrada disse que a declaração do policial, que inclusive está preso na Academia de PM Costa Verde, em Várzea Grande, “não faz sentido”.
“Para mim não faz sentido o que ele [Gerson] falou. Evidentemente que isso não aconteceu. Ele fala que foi inventada uma trama de que eu estaria sendo ameaçada, na verdade, eu fui ameaçada várias vezes e não teria que inventar nada se fosse por conta disso. De qualquer forma eles [Silval Barbosa e José Riva] eram pessoas investigadas, eu não entendo para que inventar”, desmentiu.
Conforme a nota divulgada na tarde desta quarta-feira (18), além de não ter tido acesso, o Gaeco também “estranha” o fato do militar ter prestado depoimento mesmo após a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para o compartilhamento de toda a investigação.
Enfatiza, contudo ainda, que a instituição de investigação sempre pautou suas ações dentro da legalidade e repudia o envolvimento de agentes públicos da Justiça em escândalos como o caso dos grampos.
Em outro trecho da nota, o Gaeco destaca que em respeito à decisão do ministro Mauro Campbell Marques, se limita a explicar os procedimentos adotados para proteger a integridade física da magistrada, que é uma das protagonistas no enfrentamento contra crimes de corrupção, e que ataques como o depoimento do cabo Gerson apenas fortalece o crime organizado.
Leia a nota na íntegra:
O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) informou, por meio da Assessoria de Imprensa, que não conhece o teor do depoimento prestado pelo cabo da Polícia Militar Gerson Luiz Correia Júnior no último dia 16, mas que repudia qualquer tentativa de envolvimento de Promotores de Justiça que integram ou integraram o Grupo no “escândalo dos grampos”.
Destacou que, em respeito à decisão do Ministro Mauro Campbell Marques, proferida no dia 11/10 e amplamente divulgada, avocando as investigações para Superior Tribunal de Justiça, se limita a afirmar que o procedimento adotado quanto à proteção da integridade física e da vida da magistrada Selma Rosane Santos Arruda, uma das protagonistas no enfrentamento à criminalidade organizada deste Estado, fora cumprido com total respeito à lei.
Ressaltou, também, ter “estranhado” o fato do Militar ter prestado depoimento após a decisão do STJ, requisitando toda a investigação. Por fim, enfatizou que o Gaeco sempre atuou pautado na legalidade e que tem importantes serviços prestados à sociedade e que ataques dessa natureza contra integrantes do Ministério Público e do Poder Judiciário apenas fortalecem o crime organizado.
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