A queda no faturamento em março reverteu o crescimento de 4,4% registrado para o indicador em fevereiro ante janeiro. O cenário desaquecido no terceiro mês do ano não impediu o fechamento do primeiro trimestre com elevação da maior parte dos indicadores. Ante o mesmo período de 2013, houve alta de 2,7% no faturamento, de 3,7% no rendimento médio real, de 5,5% na massa salarial e de 1,7% no emprego. As horas trabalhadas recuaram 0,1%, ficando estáveis. A utilização da capacidade instalada ficou 1 ponto percentual abaixo da do primeiro trimestre do ano passado.
Na avaliação do gerente de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, apesar do resultado trimestral positivo, os números continuam a refletir estagnação na indústria. “Não houve muita mudança com relação ao que a gente vem reportando nos últimos meses e anos. Temos uma indústria praticamente estagnada desde 2010. A boa notícia é que você tem uma recuperação do emprego”, destacou.
Para ele, a alta mensal e trimestral é um movimento “suave”, mas que pode indicar “melhores expectativas da indústria com relação ao restante do ano”. O levantamento da CNI mostrou que, de 21 setores da indústria analisados, 12 mostraram alta trimestral no emprego na comparação com 2013. Entre eles, alimentos (elevação de 7,3%), equipamentos de transporte (5,2%), madeira (3,7%), químicos (2,9%), minerais não metálicos (2,5%) e vestuário (2,4%).
Danilo Garcia, economista da CNI, comentou o descompasso entre o crescimento do emprego e do faturamento e a produção desaquecida. Segundo ele, o fenômeno pode ter relação com o uso de componentes importados na produção. “Você continua vendendo o produto, mas usa mais componentes importados e diminui a parte que é feita aqui dentro. Isso pode estar gerando a diferença entre vendas, horas trabalhadas e produção", disse.
Agência Brasil