Se para alguns setores da economia a crise hídrica no estado de São Paulo está sendo um pesadelo, para outros a falta de chuvas está se revelando uma verdadeira bênção. É o caso dos fabricantes de caixas d’água, que estão não apenas vendendo mais unidades, como tendo de fazer uma série adaptações para dar conta da nova demanda, incluindo a contratação de novos funcionários.
O melhor exemplo do bom momento vivido pelo setor é a Faz Forte, localizada no município de Birigui, no interior de São Paulo. Até o início do ano, a empresa tinha um porte bastante modesto e contava com apenas seis funcionários. No entanto, desde que o nível das represas começou a baixar, as vendas dispararam.
“Tivemos um grande arranque nas vendas, que aumentaram dez vezes. Por conta disso, o número de empregados também aumentou, passando para 50. Foi um grande choque e estamos em fase de adaptação para crescer ainda mais no próximo ano”, afirma Tokuo Yai, consultor organizacional que foi contratado para auxiliar a empresa a se adaptar à nova realidade.
O aumento na produção também impactou os prazos de entrega, que passaram de 20 para 60 dias. Além disso, a empresa, que antes contava com apenas um caminhão para levar as caixas d’água aos clientes, hoje possui cinco, e planeja chegar a 12 em breve. “Tivemos até de comprar um novo terreno apenas para acomodá-los. Também adquirimos um novo barracão para poder produzir mais e ampliamos nosso leque de produtos, para atender a todas as demandas”, completa.
Situação semelhante, mas em escala menor, vive a Makrocaixa, situada no município de Cotia, na Região Metropolitana de São Paulo, que produz caixas d’água de 250 litros a 20 mil litros. As vendas cresceram 75% apenas este ano, o número de funcionários praticamente dobrou, passando de 23 para 43, e a empresa adotou um segundo turno de trabalho. “Tínhamos um grande estoque, com cerca de 30 peças de cada tamanho. Hoje muitos modelos estão esgotados e com um prazo de entrega de 15 dias”, afirma a gerente de vendas Samanta Ribeiro.
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