Acusados pelo Ministério Público Federal (MPF) de formarem uma rede criminosa de lavagem de dinheiro e outros crimes, Horacio Cartes, ex-presidente do Paraguai, e Dario Messer, que ficou conhecido como o “doleiro dos doleiros”, tornaram-se réus na Lava Jato nesta quinta-feira.
O juiz Marcelo Bretas, da da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, aceitou as denúncias contra os dois e outras 17 pessoas que eram alvos da chamada “Operação Patrón”, desdobramento das operações Câmbio Desligo e Lava Jato. Considerando o total de acusados, 11 são brasileiros, sete paraguaios e um uruguaio.
Dario Messer, amigo íntimo de Cartes, ficou foragido da Justiça brasileira por 1 ano e 2 meses e foi preso pela Polícia Federal em São Paulo, em julho de 2019. Alvo de inquéritos policiais desde o fim dos anos de 1980, ele movimentava dinheiro de políticos, empresários e criminosos de forma irregular por meio de uma vasta rede de câmbio paralelo com braços em vários países.
Entre esses políticos estava o ex-governador Sérgio Cabral, que foi condenado a 267 anos de prisão e está preso. Segundo o MPF, ele ocultou dinheiro de corrupção por meio da organização de Messer no Uruguai.
Suspeito de ter ajudado Messer a driblar o cerco policial enquanto esteve foragido, Cartes também é acusado de proteger as atividades da rede criminosa e garantir sua impunidade. Em novembro do ano passado, o político chegou a ser alvo de uma ordem de prisão preventiva por parte de Bretas, que acabou revogada pelo ministro Rogério Schietti, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Na época, Cartes não chegou a ficar detido por estar no Paraguai, mas o seria caso tivesse viajado a outro país, por ter sido incluído na lista de difusão vermelha da Interpol.