Pênaltis mal marcados, impedimentos esdrúxulos e expulsões infundadas: arbitragem roubou a cena e deu o que falar na atual edição do Campeonato Brasileiro. Mas engana-se quem pensa que isso só acontece em solo nacional.
Do outro lado do mundo, o atacante brasileiro Wellington Tanque, revelado pelo Internacional, sofre com problemas causados pelo estilo dos árbitros. Atacante do Avispa Fukuoka, último colocado do Campeonato Japonês, ele conta que, no entanto, diferentemente do Brasil, as reclamações não são constantes.
"Juízes aqui não dão entrevista. Nunca os vi falarem depois de alguma partida. Aqui no Japão não é diferente no Brasil, arbitragem é bem ruim. É proibido reclamar. Nem o clube ou treinadores podem. Todo começo do ano tem reunião e enfatizam isso", disse o jogador, ao ESPN.com.br.
"Não vejo maldade de prevalecer para um lado ou outro, mas eles cometem muitos erros técnicos, muitos erros infantis. Infelizmente atrapalham em vários resultados. Acho bem ruim arbitragem aqui também", salienta.
Tanque diz que falta critério na marcação das infrações e por ser mais forte que a maioria dos atletas acaba sendo prejudicado. A barreira do idioma também dificulta qualquer tipo de relação.
"Além dos erros grotescos que têm em algumas partidas, nós estrangeiros sofremos muito com isso. Somos mais fortes que os japoneses, e dá impressão que não podemos tocá-los que dão a falta. Quando é a mesma coisa, eles não dão falta. Se você quer argumentar, eles não te respondem", reclama.
"Eu sofro desde 2014 com arbitragem porque tenho estilo de jogo forte por ter jogado na Alemanha. Eu uso meu corpo e sou mais forte. Sempre ganho, mas eles marcam a falta. Eu estou bem marcado pela arbitragem porque acabo reclamando um pouquinho demais. Está sendo muito difícil ter que lidar com isso. Estou melhorando e parando de reclamar para diminuir essa perseguição", afirma.
A partida que mais revoltou o jogador de 28 anos foi realizada no final do primeiro turno contra o Kashima Antlers, que precisava de uma vitória para ser campeão e garantir uma vaga na final do Campeonato Japonês.
"Teve lances muito estranhos nessa partida. Uma falta não marcada que teve gol deles, isso nos atrapalhou. Em algumas partidas acredito que, se for uma equipe grande contra uma pequena, eles marcam mesmo. Isso traz dificuldades para quem está em um time menor", dispara.
Wellington, que marcou cinco gols no Campeonato Japonês e um pela Copa da Liga com a camisa do Avispa Fukuoka, espera conseguir dar um salto maior na próxima temporada.
"Vivo um momento pessoalmente muito bom. Sou artilheiro da minha equipe. Cheguei ano passado e subimos para a primeira divisão. Infelizmente, nosso time não foi bem neste campeonato. Fico feliz por ter correspondido com as expectativas e tenho algumas propostas de times grandes do Japão", revela.
"Vou procurar fazer o meu trabalho da melhor forma possível neste tempo em que estou por aqui. Tenho contrato com a equipe, mas gostaria de jogar em um grande time no Brasil também. Estou em um momento maduro e experiente", finaliza.
Fonte: UOL