Os EUA fizeram um acordo preliminar com o Brasil sobre taxas de importação de aço e alumínio, cujos detalhes serão finalizados em até 30 dias. A informação foi divulgada pela Casa Branca poucas horas antes do fim do prazo inicialmente estipulado para o fim da isenção das tarifas de 25% para o aço e de 10% para o alumínio, nesta segunda-feira (30).
A tarifa entrou em vigor no dia 23 de março para todos os países, com isenções para Brasil, Austrália, Argentina, Coreia do Sul, União Europeia, México e Canadá.
México, Canadá e União Europeia tiveram a isenção de tarifas adiadas até o dia 1º de junho.
Já o Brasil, Argentina e Austrária fizeram um acordo inicial, cujo prazo para ser finalizado também é o dia 1º de junho. Não foram divulgados mais detalhes sobre este acordo.
A Coreia do Sul já finalizou um acordo com os EUA sobre as tarifas.
O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os EUA. O peso dos EUA é maior entre os produtos semimanufaturados – em janeiro deste ano, por exemplo, eles compraram 53% do total exportado pelo Brasil.
Em 2017, foram exportados aos EUA US$ 2,63 bilhões em aço, o equivalente a 33% das vendas brasileiras do produto para o exterior, segundo dados oficiais do Ministério da Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Além disso, o Brasil exportou no ano passado US$ 120,7 milhões em alumínio para EUA, cerca de 15% do total vendido para o exterior.
Negociação
O Instituto Aço Brasil (IABr), que representa a indústria do aço, havia afirmado ao G1 que a isenção temporária foi uma "notícia boa", mas que deveria ser analisada com serenidade. O presidente Marco Polo de Mello Lopes defendia que o Brasil tentasse junto ao governo dos EUA a exclusão da lista de sobretaxação.
Marco Polo revelara ainda que as indústrias brasileiras já haviam contatado 100% dos clientes norte-americanos para sugerir que eles solicitem a exclusão de taxação de produto ao Departamento de Comércio dos Estados Unidos.
As empresas brasileiras argumentam que cerca de 80% das exportações de aço do Brasil aos EUA são reprocessadas e que, portanto, não haveria concorrência direta com a produção interna norte-americana.