Os convites estão sendo enviados por meio de duas comunidades abertas no facebook, denominadas ‘+ Educação – Copa, Repúdio à Violência Policial’ e ‘Autonomia e Luta’. Em ambas, os criadores conclamam a participação de maneira firme e questionadora: “Você, vai aceitar calado? Vamos às ruas. Quem cala consente”, escrevem.
O ato desta sexta-feira, ‘Por uma educação digna para alunos e professores’, que acabou com prisões e denúncias de agressão policial, também foi mobilizado pelas redes sociais. Nesse, estudantes manifestavam apoio à greve dos professores e reivindicavam melhorias na infraestrutura das escolas, no ensino e o atendimento da pauta dos professores.
A polícia foi acionada depois que um ônibus do transporte coletivo teve um vidro quebrado, supostamente por pedras atiradas por algum manifestante. Policiais da Rotam(Ronda Ostensiva Tática Móvem), da Polícia Militar de Mato Grosso, chegaram no local e logo prenderam e algemaram um estudante, acusando-o da prática de vandalismo e danos materiais.
Outros estudantes e professores interviram pedindo que o rapaz fosse liberado. Os policiais estão sendo acusados de disparar tiros no meio da multidão e de agredir estudantes. Três manifestantes, sendo um estudante e dois professores, foram levados para a Central de Flagrantes do Cisc-Planalto, onde passaram 8 horas presos.
O estudante Lucas dos Santos Leite, que integra o Movimento Estudantil, contou que o protesto ocorria de maneira pacífica, e que estavam nos sinaleiros, abrindo e fechando, liberando os veículos quando um policial se aproximou, fez questionamentos e depois disse que a partir daquele momento o protesto estava encerrado. Em seguida, segundo o estudante, os manifestantes foram para a Praça Alencastro, quando o mesmo policial acompanhado por outros policiais anunciou que teria que levá-lo para a delegacia por conta de ato de vandalismo. Mais manifestantes se aproximaram e estavam discutindo com o um policial quando o outro sacou a arma e disparou para cima, relatou. Os professores presos são: Gilliard Giovani e Odair Moraes.
Um policial militar alegou que a ocorrência tomou uma proporção maior quando um dos manifestantes começou a depredar o coletivo e afirmou que o disparo foi necessário para conter a situação porque os manifestantes se rebelaram.
Os estudantes e os professores presos foram autuados em flagrantes e liberados com pagamento de fiança. Eles vão responder no Juizado Especial Criminal(Jecrim) por danos materiais, resistência e outros crime de ‘menor potencial ofensivo’ previstos no Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) que cada um assinou.
O secretário de comunicação do Sintep(Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público), Gilmar Ferreira, informou que o advogado do sindicato, Bruno Boaventura, atendeu os professores e o estudante na delegacia e está acompanhando o caso. A reportagem tentou falar com Boaventura hoje à tarde, mas o telefone celular dele estava fora de serviço.
Notícias Toda Hora