Jurídico

Esquema de propina com frigoríficos e concessão ilegal de incentivos fiscais

A delação de Silval Barbosa (PMDB) à Procuradoria Geral da República (PGR), em que revela um monstruoso esquema de corrupção em Mato Grosso com a participação de políticos, gestores, empresários e institições financeiras, traz detalhes ndo esquema de propina envolvendo frigoríficos e a concessão de incentivos fiscais.

Na delação, Silval Barbosa conta que, no ano de 2011, Sse reuniu Wesley Batista, presidente do Grupo JBS, sendo que tal reunião foi agendada por Fernando Mendonça que mantém um parentesco com Wesley Batista. Da reunião participou o colaborador e Wesley Batista.

Nessa conversa o colaborador se recorda que pediu ajuda a Wesley para quitar dívidas da campanha eleitoral, sendo que ele concordou, desde que fossem concedidos benefícios fiscais para a empresa, não se recordando se nessa reunião mais alguém participou.

O então governador agendou conversas com o secretário de Fazenda, não se recordando se foi o Secretário Edmilson, ou foi o ex-secretário MarceI Cursi quem fez um estudo sobre quais benefícios seriam concedidos.

Silval Barbosa sabe o colaborador que já no ano de 2011, houve um benefício fiscal para a empresa, que a partir dali começaram os retornos das propinas, cabendo a Pedro Nadaf, ex-secretário da Casa Civil, acompanhar os recebimentos das propinas.

Na delação, Silval disse que não conseguiria discriminar ano a ano como os pagamentos das propinas foram efetuados, mas sabe que alguns foram realizados da JBS para ele da seguinte forma .

No ano de 2010, mais precisamente no mês de dezembro, Silval contraiu um empréstimo junto Francisco Carlos Ferres, "Chico Badotti" e Valcir José Piran, vulgo "Kuki", no valor de R$ 7 milhões de reais, visando pagar parte da dívida de R$ 40 milhões que herdou de Blairo Maggi, atual ministro da Agricultura, perante Valdir Piran.

Então, optou pelo financiamento, porque os juros eram altos, por volta de 4,5% ao mês, motivo pelo qual contraiu esse empréstimo com Chico Badoti E Kuki, que eram sócios, pois esses cobravam juros em torno de 2%.

Sendo assim, contraiu tal empréstimo de R$ 7 milhões, sendo esse valor transferido de Badoti e Kuki Para Valdir Piran, sendo que esse financiamento foi pago com valores de propina recebidos pela JBS.

As transferências eram realizadas para Badoti e Kuki, sendo que Pedro Nadaf encaminhava as contas onde os valores deveriam ser depositados pela JBS. Silval Barbosa disse acreditar que esse pagamento feito pela JBS com a Badoti e Kuki foi efetuado em 2012, chegando a um montante de R$ 9 a R$ 10 milhões.

Parte das propinas pagas pela JBS vieram através da empresa Trimec, pertencente a Walderley Faccheti Torres, após pedido feito por Silval ao empresário, sabendo que foram recebidos mais de R$ 9 milhões de propina da JBS via Trimec.

Pedro Nadaf era a pessoa responsável em coordenador essa operação com Wanderley. Nadaf combinou com Wesley Batista, também, receber R$ 4 milhões de reais em dinheiro na cidade do Rio de Janeiro, sendo que esse pagamento ocorreu em 2015.

Silval, então, chamou Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, "Chico Lima", procurador do Estado aposentado para pegar tal montante com um representante da JBS . "Chico Lima" pegou o vlaor, recebendo uma comissão no valor de R$ 250 mil, sendo que desse dinheiro o colaborador entregou R$ 800 mil para Dalmi Fernandes Defanti, proprietário da gráfica Print para pagar despesas de campanha de 2014; R$ 100 mil pediu para "Chico Lima" depositar em conta de um posto de propriedade do irmão de Silval (Auto Posto Matupá) para quitar uma dívida de fornecimento de diesel. Parte desse valor, aproximadamente R$ 1.100.000,00, o Silval utilizou para pagamento de várias despesas, sendo que o restante Pedro Nadaf foi até o Rio de Janeiro e pegou com Chico Lima, ficando com parte e usando o restante para pagamento de despesas.

A JBS ficou ainda devendo R$ 8 milhões de reais de propina, que não foram pagos. O colaborador acredita que a JBS tenha auxiliado na campanha de 2010, não se recordando os valores.

FRIALTO/SINOP – O proprietário da empresa Frialto, que está em processo de recuperação judicial e estava trabalhando com decisão liminar, chamado Milton Bellncanto, era amigo de Silval Barbosa, se recordando que tal empresa tinha um débito com o Estado de Mato GROSSO de aproximadamente R$ 30 milhões.

Milton Bellncanto foi procurar o colaborador no ano de 2014, pedindo para auxiliar concedendo incentivo fiscal, via Prodeic, para suas empresas, tendo o colaborador dito que ajudaria, no entanto, teria que ter retorno para ajudar nos pagamentos de despesas. Milton, segundo Silval, concordou, ficando acertado que pagaria R$ 6 milhões, tendo o então governador dito para o empresário tratar a partir daquele momento com Pedro Nadav, secretário da Casa Civil.

Silval sabe que Milton pagou ao todo em torno de R$ 2.500.000,00 de forma parcelada, sendo que R$ 400 mil reais desse valor foi pago para o seu irmão Antônio da Cunha Barbosa Filho, através de uma simulação de venda de milho, com emissão de nota fiscal. O restante Pedro Nadaf recebeu, não se recordando o que Nadaf pagou com tais valores.

Em uma oportunidade conversou com Jurandir, da empresa Solução Cosméticos, para que Milton pagasse tal dívida para Jurandi, pois o colaborador devia para o empresário uma dívida que foi avalista de Roberio Garcia e Carlos Avalone, sendo que o filho de Milton se reuniu com JURANDIR, mas acabou não efetuando o pagamento.

3) RONDONÓPOLIS – Silval Barbosa se recorda que na campanha de 2010, teria pego um montante emprestado com Ricardo Novis em torno R$ 1 milhão que ele dizia que era parte da dívida, sendo que tinha em mãos um cheque ou nota promissório assinada por seu irmão Antônio Barbosa, no valor aproximado de R$ 500 mil. O conselheiro Sergio Ricardo seria  quem sempre pedia para o colaborador pagar essa dívida com Novis .

Além desse valor, Ricardo Novis cobrava de Francisco Daltro, o "Chico Daltro", ex-vice governador do Estado de Mato Grosso, uma dívida em torno de R$ 4 milhões e Daltro sempre pedia para o colaborador pagar essa dívida dele com Novis, sendo tais pedidos também feitos perante Pedro Nadaf, sabendo que o secretário da SICME nessa época era Alan Zanata, não sabendo se ele obteve retorno.

Assim, o colaborador pediu para Pedro Nadaf resolver o sabendo que foi através de um frigorífico de Rondonópolis que não se recorda o nome, sabendo que foi paga a dívida de Daltro no valor aproximado de R$ 4 milhões de reais, bem como em torno de R$ 1 milhão do colaborador com Ricardo Novis.

4) MARFRIG – Silval Barbosa se recorda de ter conversado com o representante da empresa Marfrig no ano de 2010 ou 2011, sendo que nessa conversa foi pedido para tal empresa ajuda nas despesas de dívida de governo que o colaborador herdou do governo anterior, sendo que as tratativas desse retorno eram feitas com o presidente da empresa chamado Marcos Molinta e que este teria pedido em troca incentivos fiscais para sua empresa, que foi dado via Profeic . Toda a operacionalização foi realizada por Pedro Nadaf, ex-secretário da Casa Civil, a pedido de Silval Barbosa, sabendo que a empresa acertaria cerca de R$ 4 a R$ 5 milhões, não sabendo detalhes do pagamento, pois foi feito por Nadaf. A empresa ficou devendo o retorno de R$ 1.500.000,00, sendo que essa parte que ficou sem acertar ficaria com Nadaf.

5) FRIGORÍFICO RENDENTOR – Silval Barbosa disse que  não se recorda ao certo se houve ajuda do frigorífico, mas acredita que houve ajuda financeira na campanha de 2010, não se recordando ao certo o valor.

 

Redação

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