Os dados são do estudo “Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira”, publicado em 2013 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Fazendo uma conta simples, se considerarmos que o Estado somou 3.182.113 habitantes no ano passado, de acordo com estimativa do próprio IBGE, mais de 2.259.300 pessoas não têm rede de esgoto em sua residência – algo como a população de quatro municípios do tamanho da capital de Mato Grosso, Cuiabá.
O mesmo levantamento aponta outros números que ajudam a entender a composição do povo mato-grossense e seus níveis de qualidade de vida. A maioria da população residente do Estado é composta por homens e mulheres de até 29 anos: 50,7% das pessoas ainda não chegaram aos 30.
No entanto, é a população mais jovem que sente na pele as maiores deficiência de serviços públicos básicos, como o saneamento. O mesmo estudo afirma que mais de 15% das crianças e adolescentes até 14 anos residentes em Mato Grosso – que somam 25% do total de seus habitantes – não dispõem em suas casas de água potável encanada, nem esgoto ou coleta de lixo.
O índice pode ser um indicativo da taxa de mortalidade infantil estadual, que é de 18,6% – três pontos percentuais acima da média nacional. Outro fator que ajuda a entender a disparidade que Mato Grosso enfrenta em relação à falta de água e esgoto nas casas é o número de internações médicas decorrentes da não prestação desses serviços. No Estado, mais de 511 pessoas foram internadas, a cada grupo de 100 mil habitantes, por doenças relacionadas ao problema.
Como comparação, o Estado de São Paulo, que oferece serviços sanitários a 95% da população, possui uma taxa de hospitalizações decorrentes de saneamento inadequado de apenas 90 pessoas a cada grupo de 100 mil habitantes.
O estudo “Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2013” utilizou como principal fonte de informação a “Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNDA 2012” e foi desenvolvido junto ao Ministério do Planejamento.