A cada chuva o barranco desliza e inclusive uma casa está a poucos centímetros de desabar e tomar um dos lados da pista da Avenida Miguel Sutil, o que coloca em risco os transeuntes e condutores, porque apenas a proteção de zinco que ali foi colocada não seria capaz de conter os escombros.
Mário Cavalcanti de Albuquerque, geólogo do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-MT), disse ao Circuito Mato Grosso que o corte praticado colocou a rocha em exposição, abrindo a possibilidade de deslizamentos em época de chuvas. E a previsão do especialista vem se concretizando.
Caso a contenção tivesse sido feita previamente, com a correção da instabilidade do talude, não haveria riscos de uma possível erosão. Consequentemente, não haveria situação de insegurança para a população local.
A queda de barranco é causada pela perda da coesão do material. E a sucessão de períodos de chuva seguida de períodos de estiagem [sem chuva] começa a formar no solo trincas e rachaduras que vão aumentando com o tempo.
Diante do risco e com muito custo a Secopa retirou os moradores de residências que estavam mais em risco de desmoronamento.
Quanto ao processo de desapropriação das moradias, está sendo acompanhado pela Procuradoria Geral do Estado (PGE). Segundo o procurador-geral, Jenz Prochnow, a desapropriação de parte da área “visa o interesse público e a incolumidade do trecho abaixo” e que estariam apenas esperando a Secopa remeter os documentos e dados pedidos para finalizar o procedimento.
Em dezembro, o Circuito Mato Grosso entrou em contato com a Secopa e recebeu duas informações conflitantes: uma era de que as obras já haviam começado e que até o isolamento para a construção tinha sido colocado. A outra versão era de que o muro de arrimo seria construído em janeiro por uma questão burocrática de assinatura de contrato.
Hoje, abril de 2014, verifica-se que nenhuma versão elaborada pela Secopa ocorreu: o morro continua com risco de deslizamento total, podendo ceifar vidas, providências urgentes estão sendo proteladas. O paliativo de colocação de um cercado mais resistente para impedir a circulação das pessoas é favorável ao poder público: ‘esconde’ os entulhos que caem do morro e a população não vê o terrível perigo em que se encontram famílias cuiabanas.