Da Redação
O empresário Rosalvo Pires de Miranda foi preso em cumprimento de mandado de prisão preventiva. Ele é acusado de ser o mandante do assassinato de um caseiro no município de Chapada dos Guimarães (60 km de Cuiabá).
A prisão ocorreu no último sábado (27), em um hospital da Capital, onde o acusado estava internado por conta de uma cirurgia que havia realizado. O suspeito está sob custódia da Polícia Civil, mas deverá ficar sob vigilância de agentes prisionais, até receber alta médica.
O empresário é apontado nas investigações do homicídio do caseiro, Joilson Bispo de Araújo, como a pessoa que mandou executar a vítima, por conta de uma desavença de terras em Chapada dos Guimarães. O crime foi praticado por Rodrigo de Abreu, que trabalha na propriedade de Rosalvo. Ele também está com mandado de prisão decretado e se encontra foragido.
Crime
O crime ocorreu durante a noite de 14 de setembro, mas a localização e identificação do corpo de Joilson ocorreu na manhã do dia seguinte, 15. O corpo e o carro da vítima foram carbonizados. Depois de ouvir várias pessoas, a polícia apurou a informação de que o crime pode ter sido encomendado, uma vez que Joilson teria uma antiga rixa com o provável mandante.
Após muitas contradições e em seu terceiro depoimento, a esposa do autor do homicídio contou que seu marido recebeu a oferta de R$ 5 mil para matar Joilson.
Segundo ela, logo após seu marido consumar o homicídio com um golpe de faca no pescoço da vítima, ele correu para casa e chegou muito nervoso, afirmando que a família teria que ajudá-lo a esconder o corpo. Estavam presentes os dois filhos do casal, sendo um adolescente, a nora e um vizinho.
Juntamente com seus dois filhos e o vizinho, o suspeito transportou o corpo no veículo da própria vítima até uma estrada deserta, próximo à área reserva da Aeronáutica e atearam fogo.
Os participantes da ocultação foram interrogados e afirmaram que o auxiliaram motivados pelo medo, uma vez que o executor estava bastante alterado, em posse da faca utilizada no crime, e alcoolizado.
Os dois adultos foram autuados por ocultação de cadáver e irão responder em liberdade. O adolescente irá responder por ato infracional análogo ao crime de ocultação de cadáver.
O delegado Diego Alex Martiminiano informou que o empresário irá responder por homicídio qualificado, sequestro e cárcere privado, o executor por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Sequestro de testemunha
Na semana passada, a Polícia Civil prendeu um homem por sequestrar e manter em cárcere privado uma testemunha do homicídio do caseiro Joilson Bispo de Araújo. O preso, Aércio da Costa Souza, 40, foi localizado em Várzea Grande, no dia 17 de setembro.
A vítima é mulher de uma das pessoas que ajudou na ocultação do cadáver. Ela e o filho de 8 anos eram mantidos no quarto de uma empresa em Várzea Grande, impedidos de sair. Justiça negou o pedido de liberdade provisória protocolado pelo advogado do preso.
Adenúncia foi feita pelo o marido dela, que procurou a Delegacia de Chapada dos Guimarães para comunicar que estava preocupado, pois desde o dia anterior sua esposa e o seu enteado, um garoto de 8 anos, estavam desaparecidos. Informou ainda que desde então só conseguiu contato com a esposa uma vez, aproximadamente ao meio dia daquela data.
Orientado pelo delegado de polícia Diego Alex Martiminiano da Silva, o esposo tentou falar mais uma vez com sua mulher, que ao atender o telefone disse que estava em uma empresa, localizada em Várzea Grande. Uma equipe diligenciou até la e libertou a mulher e o filho. Os policiais também prenderam em flagrante o homem que vigiava mãe e filho, para que não saíssem do local.
Em depoimento, a vítima informou que o motivo do equestro foi evitar que ela auxiliasse nas investigações do homicídio. A mulher contou que ficou muito angustiada com as consequências das investigações, depois que seu marido confessou à polícia que auxiliou a transportar e atear fogo ao corpo de Joilson.
O delegado informou que o suspeito responderá em liberdade pelo crime de ocultação de cadáver, uma vez que não teve nenhuma participação no homicídio. (com assessoria)