Economia

Em meio a crise, empresários de MT abandonam shoppings; veja lista

O ano de 2016 fechou com um total de 121.638 lojas funcionando em shoppings centers no Brasil em 2016, uma queda de 12,9% em comparação com 2015, quando havia 139.738. Ou seja, 18,1 mil lojas fecharam suas portas em shoppings nos últimos 12 meses.

Nesse mesmo período, de acordo com pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), as vendas caíram 3,20% em relação ao ano anterior, principal motivo que levaram os lojistas a fechar definitivamente seu estabelecimento ou se instalar na rua.

Em Cuiabá, pesquisa feita pelo Circuito Mato Grosso aponta que pelo menos 66 lojas encerraram as atividades em três shoppings, dois de Cuiabá e um de Várzea Grande.

Acreditando no sonho de conseguir expandir as vendas, o casal Erick Rafael da Silva Leite e Aline Monteiro Rodrigues da Silva investiu em um ponto no Várzea Grande Shopping. Porém, a loja fechou depois que eles perceberam que não tinham clientes.

A Bless Shoes Sapatos, Bolsas e Acessórios não atende mais no 1º Piso do Várzea Grande Shopping. O novo endereço agora fica no bairro Verdão, Rua Custódio de Melo esquina com a Rua São Sebastião.

“Quando minha esposa, que vendia roupa na rua, procurou o shopping, fomos informados que por lá passariam 20 mil pessoas e que as vendas cresceriam. Mas não foi isso o que aconteceu. Logo abriram uma unidade do Ganha Tempo e só há movimento quando o órgão está aberto”, contou Erick ao Circuito Mato Grosso.

Como o público esperado não apareceu, o casal logo teve que dispensar uma das duas funcionárias e Aline Monteiro teve que voltar a vender roupas na rua para manter a loja. “Nossa despesa era em torno de R$ 9.500 por mês, fora funcionário”.

Com as vendas lá embaixo, eles precisaram sair do shopping e há duas semanas reabriram a Bless Shoes na “rua”. Devagar Erick espera voltar ao mercado e para isso está agindo de forma “agressiva”, com campanhas e outras formas de chegar até o público. A loja já está em funcionamento, mas tem previsão para ser inaugurada oficialmente nesta segunda-feira (13).

Segundo um estudo do Ibope, a desocupação média nos novos shoppings brasileiros registou 45% no começo de 2016. “Significa que do total de 13,4 mil lojas lançadas nos 77 shoppings inaugurados no país entre 2013 e 2015, aproximadamente 6 mil estão desocupadas”. O menor índice foi registrado na região Nordeste (39%), seguido pelo Sul (42%) e o Sudeste (43%).

Unishop aponta vários fatores

Para o presidente da União dos Lojistas de Shopping Centers (Unishop), Junior Macagnan, o fechamento das lojas é um apanhado de situações. “Impostos muitos caros, já foi comprovado que no Mato Grosso os impostos são altos demais comparados a outros estados. Custo de transporte elevado, crise econômica no Brasil e acredito que a falta de estudo do lojista na hora de abrir a loja também reflete”.

Segundo ele, às vezes um empresário abre uma loja muito sofisticada em um shopping popular, ou uma loja popular em um shopping sofisticado e acaba não tendo o retorno esperado. Outra situação são as franquias, que a filial pode não estar indo bem, mas a franqueada sim e acaba tendo que fechar por conta da marca. Por isso, aconselha Macagnan: o empresário deve fazer um estudo rígido antes de abrir uma empresa.

Em janeiro de 2017, o fluxo de pessoas nos shoppings registrou uma queda de 0,7% em comparação com dezembro do ano passado. Atualmente existem 498 shoppings em operação no país, com 13,9 milhões de metros quadrados de área bruta locável e 82 mil lojas.

Goiabeiras shopping

Tugore, M Oficcer, Bob Store, Pé de Rosa, Livraria Nobel, Mr. Back Café, Hering, TIM, Manga Rosa, Dataplus, Mr Sheik, Paquetá, My Place, Mi Paleteria, Bamboo, Bagage, Thelure, Kevinsgton, Nail Dreams Unhas, Café Alameda, Quiosque Dermage, Quiosque Nyx, Quiosque Angel, Top Churros, Pipoca Gourmet, Quiosque Chope Brahma, loja de roupas femininas em frente à Evidence, loja de camisetas ao lado da Hope, loja de calçados infantis ao lado da Scala, Quiosque de Açaí, loja de Xerox na Alameda.

Várzea Grande Shopping

Amor e Chocolate, Hope, Ares, Lápis de Cor, Diz, Shopping da Segurança, Balada Fashion, Larissa Rojas, Jade, CAV Presentes, Ingressos MT, Dona Fran, Bless Shoes, Grão Espresso, Giuseppe Relojoaria, Outlet fashion, Le Postiche.

Pantanal Shopping

La Jihad, John John, Giusepe, Ares Perfumaria, Balad Fashion, Hering, HStern, Café Pilão, Scandalo, Planete Girls, Sorveteria Michel Angelo, drogaria ao lado da loja Mundo Verde, loja de roupas femininas entre a FCell e Sanfer, duas lojas ao lado da Vivo no primeiro piso, loja em frente à Polishop e duas lojas “sazonais” próximas ao Café Pilão.              

Empresários esperam dias melhores em 2017

O Índice de Confiança dos Empresários do Comércio (Icec) indicou que os empresários da capital se mostraram mais “esperançosos” por dias melhores em 2017. Segundo a pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Mato Grosso (Fecomércio), em janeiro houve um leve aumento, de 101,4 pontos. 

O índice permaneceu estável em relação ao mês anterior: 101,5 pontos em dezembro de 2016, no entanto, vem apresentando melhora significativa ao longo do último ano, quando atingiu 95,1 pontos em janeiro de 2016. O Índice varia de zero a 200 pontos, sendo que a pontuação 100 demarca a fronteira entre a avaliação de insatisfação e de satisfação dos empresários do comércio. Em âmbito nacional, a confiança do empresário atingiu 95,7 pontos em janeiro, ante os 99,1 pontos apurados em dezembro.

O superintendente do Pantanal Shopping, Giuliano Bragaglia, explica que no início do ano o saldo foi positivo “Trabalhamos para que o Pantanal Shopping receba muito bem o público e continue o centro de compras e lazer de referência da região. O foco é trazer para os clientes as melhores opções de compras, lazer e serviços e proporcionar um ambiente de oportunidade e rentabilidade aos nossos lojistas", ressaltou.

No ano passado, o shopping inaugurou onze novas operações, totalizando 217 lojas e 52 quiosques para atender o fluxo médio de 30 mil consumidores por dia. A expectativa para este quadrimestre é um movimento maior de consumidores com a inauguração de mais duas lojas.

O Shopping Goiabeiras informou que em 2016 doze novas operações foram instaladas, gerando cerca de 80 novos empregos. Este ano, o planejamento para aumentar as vendas contará com ações e eventos inéditos em Mato Grosso. Cerca de 210 mil pessoas passam pelo shopping por mês.

Perfil do consumidor

Com todas essas mudanças, o perfil e o comportamento do consumidor também mudaram dentro dos shoppings. Hoje o cliente fica mais tempo dentro do shopping, mas entra em menos lojas. Mais da metade dos clientes (55%) visitam o shopping em busca de lazer, entretenimento e relacionamento, enquanto a motivação por compras atrai apenas 34%.

Além disso, a pesquisa nacional de perfil de clientes em shopping, do Ibope Inteligência, mostrou que somados os valores gastos com compras e alimentação, o domingo, mesmo com horário reduzido de funcionamento, supera até mesmo o sábado em conversão de vendas, já que 82% das visitas realizadas nesse dia resultam em algum tipo de desembolso por parte do cliente dentro do shopping.

Apesar disso, o domingo é o dia da semana que tem o menor fluxo de visitas. Nesse dia, são registrados 12% das 300 milhões de visitas que os shoppings brasileiros recebem por mês, ou seja, 35,5 milhões de visitas. Porém, a maior parte dos clientes que visitam o shopping no domingo (56%) realiza alguma compra.

Segundo a pesquisa, os consumidores estão mais velhos e mais qualificados, o que os tornam mais críticos, mais informados e propensos a pesquisar mais antes de comprar.

Número de empregados reduziu em 2016

No ano passado, as lojas somaram 1.253.411 funcionários e 85.510 trabalhadores na área operacional dos shoppings, o que representou uma redução de 36.659 colaboradores em relação a 2015, segundo a Alshop.

Em Cuiabá, as empresas e indústrias encerraram 2016 com 7.263 vagas de emprego a menos. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, mostram que foram 76.703 contratações e 83.966 demissões.

Segundo um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) baseado em estatísticas do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), entre empresas abertas e fechadas, o comércio varejista brasileiro perdeu 67,9 mil pontos de vendas nos seis primeiros meses de 2016.

No comércio da capital, foram extintas 1.408 vagas, com 22,3 mil admissões e 23,7 mil rescisões. O único setor a registrar aumento no número de vagas foi o de serviços industriais de utilidade pública. Foram 676 contratações e 654 rescisões, resultando em 22 postos de trabalho a mais.

Novos shoppings

Segundo a Alshop, 19 novos shoppings centers foram abertos no país em 2016. Em Mato Grosso, o último shopping a abrir foi o Várzea Grande Shopping, que desde a inauguração já abriu 40 novas lojas. Passam pelo shopping cerca de 580 mil pessoas por mês. 

Atualmente, existem 498 shoppings em operação no país, que totalizam 13,9 milhões de metros quadrados de Área Bruta Locável (ABL) e 82 mil lojas. O número de shoppings em todo o país mais do que duplicou nos últimos 18 anos. Atualmente há 503 centros comerciais em 191 municípios distribuídos por todos os estados; em 1998 eram 185 shoppings em 81 cidades.

O Ibope Inteligência contabilizou mais de 58 shoppings em construção no país. A implantação desses novos shoppings representará nos próximos três anos um crescimento de 15% sobre a atual capacidade instalada.

Está em construção na capital o Shopping Estação Cuiabá que estará localizado no bairro Santa Rosa. O terreno tem frente para a Av. Miguel Sutil e deveria ser inaugurado já em 2016. O shopping terá 270 lojas, 25 operações na praça de alimentação e uma alameda gourmet.

Catia Alves

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