Partidários do governo também estavam mobilizados, o que provoca o temor de uma explosão de violência no aniversário de um ano de Mursi no poder.
No Cairo, os manifestantes seguiam para emblemática Praça Tahrir e ao redor palácio presidencial de Itihadiya, onde centenas de pessoas passaram a noite. Os opositores instalaram barracas e exibiram faixas contra o presidente na praça, símbolo da revolta que derrubou o então presidente Hosni Mubarak em 2011. Outros manifestantes anti-Mursi pretendem seguir até o palácio presidencial no bairro de Heliópolis, na capital.
Os manifestantes levavam uma bandeira do Egito de 70 metros de comprimento, enquanto outros ativistas instalaram novas tendas de campanha e fecharam todos os acessos à praça. Espera-se uma grande manifestação na tarde deste domingo na capital egípcia. O movimento opositor 6 de Abril anunciou seu mapa de manifestações e concentrações nas diferentes províncias do país, que em sua maioria começarão às 16h (horário local, 11h de Brasília).
Os protestos de hoje foram convocados pela campanha denominada Tamarrud (rebelião), composta por membros de diferentes legendas opositoras, e que tinha o fim de coletar um número de assinaturas contra Mursi superior a 13 milhões de votos que o presidente recebeu nas eleições presidenciais. A Tamarrud anunciou ontem, em entrevista coletiva, ter conseguido mais de 22 milhões de assinaturas.
Ao mesmo tempo, os simpatizantes do presidente prosseguiam com um ato de apoio no bairro de Nasr City, perto de Heliópolis, para defender a "legitimidade" do primeiro presidente civil e islamita eleito no país. O Partido da Liberdade e Justiça, o braço político da Irmandade Muçulmana, convocou uma "mobilização geral" para defender o chefe de Estado.
Desde quarta-feira, atos de violência em Alexandria e nas províncias do Delta do Nilo entre partidários e opositores de Mursi deixaram oito mortos, incluindo um americano. Para evitar distúrbios, o exército e a polícia estão mobilizados em todo o país, reforçando a proteção de instalações vitais, em especial o Canal de Suez.
Fonte: Terra