Jurídico

É ‘atentado à dignidade do povo brasileiro’ diz Fux sobre delação

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, falou nesta sexta-feira (25) sobre as imagens que mostram a entrega de dinheiro a políticos do Mato Grosso. Os vídeos foram entregues pelo ex-governador do estado, Silval Barbosa (PMDB), que firmou acordo de delação premiada com a Justiça. "Eu acho que isso é um atentado à dignidade do povo brasileiro", disse o ministro.

Fux está em Curitiba para receber uma homenagem do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). O ministro recebeu a Comenda do Mérito Eleitoral das Araucárias, concedido pelo presidente do TRE-PR, desembargador Adalberto Jorge Xisto Pereira.

Em entrevista antes da entrega da homenagem, ele afirmou que decidiu retirar o sigilo sobre as delações por causa dos vazamentos que tinham acontecido. "A partir do momento em que não se sabe de onde esses vazamentos são difundidos, cumpre ao Poder Judiciário, até em nome do interessse público, divulgar tudo que consta dos autos", disse.

Ele também afirma que a delação pode ser considerada "monstruosa", pela quantidade de pessoas que atinge. "É uma delação volumosa, atinge todas as esferas da administração pública e também contratos e licitações. Enfim, tudo quanto virá em breve a público, em relação dessa operação", explicou.

As imagens

Nos vídeos divulgados pelo Jornal Nacional, na quinta-feira (24), diversos políticos mato-grossenses aparecem em vídeos, recebendo maços de dinheiro. Os valores foram entregues por Sílvio César, que era assessor de Silval Barbosa, quando ele estava à frente do Executivo.

As entregas registradas pelas câmeras foram feitas ao atual prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), ao deputado federal Ezequiel Fonseca (PP), à prefeita de Juara, Luciane Bezerra (PSB), e ao ex-deputado estadual Alexandre César (PT).

O ex-governador também citou o atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que foi governador de Mato Grosso e de quem Silval foi vice-governador.

Ele contou uma susposta tentativa de obstrução de justiça, para que o ex-secretário de Fazenda de Mato Grosso Éder Moraes se retratasse em depoimento, voltasse atrás no que disse. Para isso, segundo a delação de Silval, o próprio Silval pagou R$ 3 milhões e Blairo Maggi outros R$ 3 milhões para que Éder Moraes se retratasse nesse depoimento.

Redação

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