Após abrir em alta e passar a recuar, a moeda norte-americana voltou a operar em alta, chegando a bater os R$ 3,41 nesta sexta-feira (31), em meio a preocupações com nova queda da bolsa da China, com os juros nos Estados Unidos e com a situação política e fiscal brasileira, enquanto investidores aguardavam sinalizações sobre a rolagem dos swaps cambiais do Banco Central que vencem em setembro. O mercado repercute ainda o déficit primário de R$ 9,32 bilhões no setor público, pior da história para junho.
Às 12h29, o dólar avançava 0,64%, a R$ 3,3927 na venda, após cair a R$ 3,3362 na mínima nesta sessão. Veja cotação.
Em dia volatilidade por conta da formação da Ptax de julho nesta sexta-feira, o dólar já havia mostrado altas e baixas, com os investidores ainda sob a expectativa de como o Banco Central dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais.
"A Ptax está com cara de que vai ser bem brigada, bem doída", afirmou o operador de um banco nacional, sob condição de anonimato. "E há muita dúvida sobre a rolagem, então o mercado fica nervoso".
A Ptax é uma taxa defina pelo BC e que serve de referência para diversos contratos. No dia de seu fechamento, é comum os investidores brigarem pela cotação que desejam.
No exterior, o dólar recuava mais de 1% em relação a uma cesta de moedas, após avançar com força nas últimas sessões diante das expectativas de alta de juros nos Estados Unidos e preocupações com a desaceleração da economia chinesa.
"É um ajuste técnico. Os mercados (externos) se lembraram de tomar pílulas contra ansiedade hoje", afirmou o economista da empresa de análise 4Cast Pedro Tuesta.
No mercado local, os investidores também especulavam sobre a rolagem dos swaps cambiais, contratos que equivalem a venda futura de dólares, que vencem em setembro, correspondentes a 10,027 bilhões de dólares.
O BC rolou pouco menos de 60% dos swaps que vencem na segunda-feira que vem, a menor proporção em mais de um ano. O mercado questiona se a autoridade monetária continuará com a estratégia de reduzir as rolagens diante da escalada recente da moeda dos EUA, que tende a pressionar a inflação.
O mercado também continuava sensível ao conturbado cenário político e econômico do país.
Véspera
Na véspera, o dólar avançou 1,25%, a R$ 3,371 na venda. O valor de fechamento voltou a atingir o maior nível desde 2003. É o maior patamar desde 27 de março de 2003, quando fechou a moeda fechou negociada a R$ 3,386 na venda, segundo a Reuters.
Na semana e no mês, há alta acumulada de 0,72% e 8,43%, respectivamente. No ano, a moeda já subiu 26,79%.
Fonte: G1