Economia

Dólar opera em alta e bate R$ 3,40 após passar semana em baixa

O dólar opera em leve alta nesta segunda-feira (9), perto de R$ 3,40, após ter encerrado na última semana no maior patamar em mais de 10 meses, de olho na cena externa e temores de guerra comercial entre Estados Unidos e China e também com a cena política local, diante de preocupações com a eleição presidencial de outubro.

Às 15h, a moeda dos EUA era negociada em alta de 1% a R$ 3,4007. Já o Ibovespa operava em queda de mais de 1%.

A última vez que o dólar fechou acima de R$ 3,40 foi em 7 de dezembro de 2016, quando encerrou a sessão cotado R$ 3,4036.

O movimento de alta do dólar acontecia apesar da volta do Banco Central ao mercado cambial, com novo anúncio de leilão de swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólar, para rolagem dos contratos que vencem em maio, destaca a Reuters.

"As preocupações com a guerra comercial continuam. Por isso, embora aqui tenha espaço para melhorar, pelo swap e pela gordura acumulada, não melhora tanto", afirmou à Reuters o profissional da mesa de câmbio de uma corretora local.

Na sexta-feira, a divisa encerrou a sessão vendida a R$ 3,3669, renovando a maior cotação desde o dia 18 de maio de 2017, quando o dólar encerrou o dia a R$ 3,3836. Na semana, o dólar avança 1,93%; no mês, valoriza 4,92% e, no acumulado do ano, 7%. Já o dólar turismo passou de R$ 3,70 nas casas de câmbio.

Cenário local e externo
A cautela com a política doméstica ganhou força nos últimos dias com a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado em segunda instância pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e que se entregou na noite de sábado.

A avaliação do mercado é que, mesmo sem concorrer, Lula poderá exercer influência no pleito como forte cabo eleitoral.

"Para os investidores, o evento (prisão) importa pelo eventual impacto que terá no quadro eleitoral de agora até outubro", afirmou à Reuters um gestor de derivativos de uma corretora fluminense. "Com a incerteza da situação, e um quadro eleitoral ainda em aberto, é natural que os mercados locais demandem mais prêmios de risco", emendou.

No cenário externo, segue no radar a preocupações sobre o impacto das disputas comerciais entre Estados Unidos e China, após o presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçar novas tarifas sobre a China, reacendendo temores de uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, que pode prejudicar o crescimento global.

A China intensificou seus ataques contra o governo dos Estados Unidos nesta segunda-feira devido a bilhões de dólares em ameaças de tarifas, dizendo que Washington seria o culpado pelos atritos e repetindo que é impossível negociar sob as "circunstâncias atuais".

BC volta a atuar no mercado
A volta do BC ao mercado ajudava a segurar altas mais significativas do dólar frente ao real. A autoridade monetária realiza nesta sessão leilão de até 3,4 mil swaps cambiais tradicionais para rolagem dos contratos que vencem em maio e somam US$ 2,565 bilhões.

Se mantiver esse volume e vendê-lo integralmente, o BC rolará o estoque total que vence no próximo mês.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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