O dólar fechou em queda ante o real nesta sexta-feira (4), de olho no exterior, embora ainda em meio a preocupações de juros mais altos nos Estados Unidos, o que pode afetar o fluxo de capital global, mesmo após a divulgação de dados de emprego mais fracos que o esperado na maior economia do mundo.
A moeda norte-americana recuou 0,16%, cotada a R$ 3,5235 na venda. Veja mais cotações. No entanto, a moeda fechou a semana em alta de 1,76%, enquanto em 2018 o avanço acumulado já é de 6,34%.
Na véspera, o dólar caiu 0,56%, vendido a R$ 3,5293, depois de o Banco Central aumentar sua atuação no mercado de câmbio.
Os Estados Unidos anunciaram que a taxa de desemprego no país caiu para 3,9% em abril, o nível mais baixo em 17 anos. Já a criação de vagas de emprego ficou abaixo do esperado. O relatório de emprego também mostrou que os salários tiveram apenas leve alta no mês passado.
Antes da divulgação dos números, os juros futuros norte-americanos precificavam duas altas de juros até o final deste ano, mas com chances de uma terceira.
"O relatório foi mais fraco, mas… não tira a possibilidade de mais três altas (de juros nos Estados Unidos neste ano)", afirmou o diretor-geral da gestora Garín Investimentos, Richard Wahba. "Não tem inflação em disparada, mas tem inflação", acrescentou.
Nas últimas semanas, cresceu o temor nos mercados globais de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, possa elevar os juros mais vezes neste ano diante de sinais de melhor desempenho da economia dos Estados Unidos e inflação maior.
Juros elevados no país têm potencial para atrair recursos aplicados hoje em praças financeiras consideradas de maior risco, como a brasileira.
Cenário interno
Internamente, a ação mais forte do BC contribuiu para um movimento mais leve de dólar em comparação a outras moedas. A autoridade monetária entrou no mercado depois de o dólar encostar em R$ 3,55.
O BC vendeu pelo segundo dia a oferta integral de até 8.900 mil contratos em swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando US$ 890 milhões do total de US$ 5,650 bilhões que vence em junho.
Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, o BC terá colocado US$ 8,455 bilhões em swaps.