Dois homens foram condenados, em júri popular, por crimes de extermínio praticados pelo grupo conhecido como “os mercenários”. Os jurados acolheram as teses do Ministério Público do Estado (MPE) e votaram pela condenação de Helbert de França Silva e José Edmilson Pires dos Santos a 30 anos de prisão, cada um.
Os dois foram condenados pelo homicídio qualificado de Luciano Militão da Silva e por tentativa de homicídio contra Célia Regina da Silva. Como efeito secundário da condenação, foi decretada a perda do cargo de Helbert de França Silva, membro na Polícia Militar.
O júri começou às 9h desta segunda-feira (10) e se estendeu até a madrugada de hoje (11), em Cuiabá. Consta na sentença, que o grupo de extermínio era formado por aproximadamente seis policiais, além de civis.
“Este grupo tinha um grande poder ofensivo e intimidador, utilizando até mesmo de coação no curso do processo, mediante ameaça às testemunhas”, diz a sentença.
Conforme apurado durante as investigações, o grupo de extermínio possuía aparato para cometer crimes, como armamento sofisticado, rádio amador, silenciador de tiros e diversos carros e motocicletas com placas frias. Estima-se que pelo menos 15 pessoas tenham sido vítimas.
Os crimes pelos quais os réus foram julgados, conforme o Ministério Público, foram praticados em março de 2016 de modo “altamente premeditado” em conjunto por agentes e com a utilização de pistola 380 e silenciador acoplado, com extrema frieza.
Consta na denúncia, que as vítimas estavam voltando de uma festa, sendo atacadas repentinamente quando já se encontravam na frente da sua residência, tentando abrir o portão, o que reduziu as suas chances de defesa.
Os sentenciados José Edmilson e Helbert de França Silva respondem a mais quatro ações penais, todas pela prática de crimes dolosos contra vida, praticados por motivação e circunstâncias semelhantes ao caso que foi julgado. Eles estão presos e não poderão recorrer da sentença em liberdade.