Política

Dilmar Dal Bosco desmente envolvimento em operação

O deputado estadual Dilmar Dal Bosco (DEM) tratou de desmentir as notícias veiculadas nesta semana, em que o citava como um dos parlamentares investigados pela Polícia Federal, na Operação Terra Prometida. Deflagrada na última quinta-feira (29), a investigação busca detectar as irregularidades na concessão e manutenção de lotes destinados à reforma agrária. A estimativa da PF é de que 80 fazendeiros tenham ocupado cerca de mil lotes da União.

Em meio aos mandados de busca e apreensões, Dal Bosco foi acusado de envolvimento no esquema de fraude na concessão de terras da União no munícipio de Itanhangá, no inicio da tarde deste sábado o parlamentar afirmou não possuir nenhuma terra neste local.

Dal Bosco afirmou que, como presidente da Comissão de Regularização Fundiária da Assembleia Legislativa, ele foi procurado por agentes políticos da região, na tentativa de agilizar o processo de regularização das famílias residentes no local, junto ao INCRA.

“Para isso promovi, de forma oficial e com a presença de diversos colegas, senadores e até mesmo deputados federais de outros Estados, duas audiências públicas e uma reunião ampliada naquele município, que também contou com a presença de autoridades políticas, agricultores familiares e fazendeiros locais”, diz trecho da nota divulgada a imprensa.

O deputado desmentiu qualquer informação que afirme a existência de um mandado de busca e apreensão, ou qualquer tipo de pedido de prisão.

“De acordo com informações do Poder Judiciário, foi uma citação do meu nome no processo e um pedido de investigação junto ao Superior Tribunal Federal”, afirmou Dal Bosco, por meio de nota.

Operação

Na manhã desta sexta-feira, a PF fez um balanço das prisões e confirmou que foram cumpridos 33 dos 52 mandados de prisão. Dentre os presos estão políticos, empresários, produtores rurais, advogados e servidores do Incra.

Segundo investigação da PF, o esquema consistia na compra e venda de lotes em dois assentamentos um Tapurah e outro em Itanhangá e em ameaças a pequenos produtores e invasão de terras da união e de crimes ambientais.

Com o objetivo de se obter a reconcentração fundiária de terras da União destinadas à reforma agrária, fazendeiros, empresários e grupos do agronegócio fazem uso de sua influência e poder econômico para aliciar, coagir e ameaçar parceleiros ambicionando seus lotes de 100 hectares, cada um avaliado em cerca de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). 

Com ações ardilosas, uso da força física e até de armas, compravam a baixo preço ou invadiam e esbulhavam a posse destas áreas. Em seguida, com o auxílio de servidores corrompidos do INCRA, integrantes de entidades de classe, servidores de Câmaras de Vereadores e de Prefeituras Municipais buscavam regularizar a situação do lote. 

Leia a nota enviada pela assessoria do deputado Dilmar Dal Bosco:

"Em referência à diversas matérias divulgadas em sites, jornais e demais  veículos de comunicação do Estado de Mato Grosso que citam a denúncia do Ministério Público Federal sobre a  "existência de elementos que apontam o possível envolvimento do deputado Dilmar Dal' Bosco em fraudes envolvendo terras da União no município de Itanhangá,  investigadas durante a operação Terra Prometida, da Polícia Federal, o parlamentar vem a público esclarecer:

1-Não possuo nenhum lote no município de Itanhangá e repudio veementemente a comercialização de terras públicas, sejam elas da União, Estado ou Município; 

2- Diante da ineficiência do INCRA em regularizar a situação das famílias residentes no Assentamento   Itanhangá, no município do mesmo nome,  que há mais de 20 anos esperam adquirir seus títulos de propriedade, fui procurado por diversas autoridades locais afim de, como agente público, trouxesse a problemática à tona e assim agilizasse o processo. Para isso promovi, de forma oficial e com a presença de diversos colegas, senadores e até mesmo deputados federais de outros Estados,  duas audiências públicas e uma reunião ampliada naquele município, que também contou com a presença de autoridades políticas, agricultores familiares e fazendeiros locais;

3- As reuniões realizadas no município de Itanhangá, cidade a qual fui o deputado mais votado com 571 votos, repercutiram de forma positiva proporcionando desdobramentos na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) em Brasília, local onde estive debatendo o problema por duas oportunidades, primeiro com o ex-presidente Celso Lacerda e posteriormente com o atual gestor Carlos Guedes de Guedes; 

4 -Como coordenador da Frente Parlamentar de Regularização Fundiária da Assembleia Legislativa  recebo diariamente dezenas de pedidos para atuar em áreas de conflito agrário de forma a acelerar o processo de regularização e a dar fim a insegurança jurídica existente nesses municípios, já que, sem documento e, por conseguinte, sem acesso à créditos oficiais, essas pequenas cidades amargam um caos social. Para isso, como deputado eleito pelo povo, promovo audiências públicas  e reuniões oficiais, gravadas, transmitidas e taquigrafadas pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso e que são de domínio público; 

5 – Como coordenador da Frente Parlamentar de Regularização Fundiária da Assembleia Legislativa, realizei uma série de reuniões e audiências em outras  áreas de conflito agrário da União, a exemplo da Gleba Nhandú, no município de Novo Mundo e também o P.A Alto Celeste, na cidade de Vera.  

6 – Não existe, até o momento,  nenhum Mandado de Busca e Apreensão, ou qualquer pedido de prisão envolvendo o meu nome, o que ocorreu, de acordo com informações do Poder Judiciário, foi uma  citação do meu nome no processo e um pedido de investigação junto ao Superior Tribunal Federal.  NÃO HAVENDO, PORTANTO,  QUALQUER DOCUMENTO CONCRETO QUE ME LIGUE ÁS IRREGULARIDADES APONTADAS NA OPERAÇÃO;" 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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