Política

Dilma diz que vê ‘luz no fim do túnel’ na crise econômica

A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta quarta-feira (7), em entrevista a rádios da Bahia, a manutenção dos vetos presidenciais a itens da chamada "pauta-bomba", que devem ser apreciados nesta manhã pelo Congresso Nacional, e podem gerar despesas bilionárias à União se forem derrubados. A presidente ressaltou que, apesar das atuais dificuldades financeiras do país, ela já vê "luz no fim do túnel" quando analisa a situação da economia.

Nesta quarta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 0,22%  em agosto para 0,54% em setembro. No ano, o indicador acumulado está em 7,64%, o mais elevado para o período desde 2003, quando atingiu 8,05%. Em 12 meses, avanço é de 9,49%.

Na entrevista às rádios baianas Metrópole e Barreiras, a chefe do Executivo disse que é "muito importante" que as pessoas coloquem o interesse do Brasil acima dos interesses pessoais e partidários, referindo-se indiretamente à sessão do Congresso que analisará seus vetos. Segundo ela, é "impossível que um país com as dificuldades financeiras que o Brasil está enfrentando "aumente suas despesas".

Entre os vetos que deverão ser analisados nesta quarta pelos congressistas está o que barra o reajuste de até 78% nos salários de servidores do Judiciário. De acordo com o Ministério do Planejamento, essa proposta pode gerar uma despesa de R$ 5,3 bilhões no ano que vem.

"Tenho certeza que o Congresso vai mostrar seu compromisso com o Brasil. É muito importante que as pessoas coloquem o interese do Brasil acima dos interesses pessoais e partidário e acima dos interesses de situação e oposição. No caso dos vetos, é impossível que um país com dificuldades aumente suas despesas", ponderou Dilma às rádios baianas.

Ela citou o momento difícil da economia brasileira, mas ressaltou que as medidas tomadas pelo governo por meio do pacote de ajuste fiscal já começam a mostrar resultado. Na visão da petistas, se manteve a tendência de queda da inflação e do superávit da balança comercial em setembro.

"O que eu acho que está dando resultado? Primeiro, é visível que houve um reajuste no câmbio brasileiro. Muitas pessoas vão sentir efeitos, porque produtos externos vão ficar mais caros. Mas em compensação nossos produtos lá fora vão ficar mais competitvos. Isso explica porque em setembro tivemos um superávit na balança comercial de R$ 10 bilhões. Além disso, estamos fazendo imesno esforço para reduzir a inflação. A tendência da inflação é de queda, reconhecida pelo mercado. Eu estou vendo luz no fim do túnel", analisou Dilma.

TCU e TSE
Em meio à entrevista, Dilma foi questionada por um dos entrevistadores sobre o momento político do país e sobre as ações que ela enfrenta atualmente no Tribunal de Contas da União (TCU) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Nesta quarta, os magistrados do TCU vão decidir se apoiam o voto do relator das contas do governo do ano passado, ministro Augusto Nardes. Ele vai recomendar ao Congresso Nacional a rejeição das contas de Dilma.

Antes da sessão, os ministros da corte de fiscalização irão analisar um pedido feito pelo governo para afastar Nardes da relatoria do caso, alegando que ele cometeu irregularidade ao antecipar, na semana passada, a informação de que vai recomendar a rejeição das contas.

Além disso, nesta terça o TSE decidiu reabrir uma ação do PSDB que pede a impugnação dos mandatos de Dilma e do vice-presidente Michel Temer por suposto abuso de poder político e econômico na eleição de 2014. Os tucanos apontam abuso de poder político, econômico e fraude na campanha, o que, segundo os tucanos, tornaria "ilegítima" a eleição de Dilma.

"Eu acredito que o Brasil tem uma democaracia ainda jovem, mas robusta […] A base dessa democracia é o voto direto nas urnas. É impossível achar que fazemos um serviço à democracia do país tentando métodos para encurtar a chegada ao governo. O único método é o voto", disse Dilma.

Fonte: G1

Redação

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