Política

Dilma diz que Petrobras não pode ser comprometida por ‘factoide’

 
Eu acho fundamental que na eleição e nesse processo nosso haja maior e mais livre discussão. Agora, utilizar qualquer factoide político para comprometer uma grande empresa e sua direção é muito perigoso, completou a presidente.A Petrobras está no foco de uma crise provocada por suspeitas de irregularidades envolvendo a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006. O negócio é investigado por duas CPIs, pela Polícia Federal e pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou que a aquisição da refinaria provocou prejuízo de US$ 792,3 milhões à empresa brasileira.
 
O caso ganhou ainda mais destaque porque Dilma era presidente do Conselho de Administração da Petrobras na época em que a compra de Pasadena foi aprovada (ela era ministra da Casa Civil no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva).Após a abertura de investigação pelo TCU, Polícia Federal e Ministério Público, Dilma afirmou que só aprovou a compra dos primeiros 50% de Pasadena porque o relatório apresentado ao conselho pela empresa era "falho" e omitia duas cláusulas que acabaram gerando mais gastos à estatal.
 
Bens bloqueados
No dia 23 de julho, o plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, por unanimidade, relatório preliminar do ministro José Jorge que aponta prejuízo de US$ 792,3 milhões à Petrobras pela compra da refinaria de Pasadena. O documento cita como possíveis responsáveis 11 atuais e ex-executivos da estatal, que tiveram os bens bloqueados. Essa medida visa garantir recursos para eventual ressarcimento.
 
Entre os 11 citados está o ex-presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró e o ex-diretor de Abastecimento e Refino Paulo Roberto Costa, preso em uma operação da Polícia Federal suspeito de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Todos eles foram atingidos pelo bloqueio de bens.
 
O texto não aponta entre os possíveis responsáveis a presidente Dilma Rousseff, presidente do conselho de administração da Petrobras na época da compra de Pasadena. Isso significa que, no entender do TCU, ela não teve responsabilidade pelo prejuízo. Antes, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, havia determinado o arquivamento de apuração para averiguar se houve cometimento de crime por parte de Dilma na aquisição da refinaria.
 
Na semana passada, seria julgado pelo plenário do TCU a inclusão do nome da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, entre os suspeitos de responsabilidade pelo prejuízo com a compra de Pasadena. Após intervenção do advogado-Geral da União, Luís Inácio Adams, o processo foi retirado de pauta.
 
Entenda o caso
Além do TCU, o negócio é alvo de investigações da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), por suspeita de superfaturamento. A compra também é investigada por duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) no Congresso.
 
A aquisição de 50% da refinaria, por US$ 360 milhões, foi aprovada pelo conselho da estatal em fevereiro de 2006. O valor é muito superior ao pago um ano antes pela belga Astra Oil pela refinaria inteira: US$ 42,5 milhões. Depois, a Petrobras foi obrigada a comprar 100% da unidade, antes compartilhada com a empresa belga. Ao final, aponta o TCU, o negócio custou à Petrobras US$ 1,2 bilhão.
 
G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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