Benilze Silva, prima de Benildes Batista de Almeida, 39, que estava desaparecida desde 2014, disse ao Circuito Mato Grosso na tarde desta segunda-feira (13), que Adilson Pinto da Fonseca, 48, ex-companheiro de Benildes, sempre foi manipulador e mentia para a família, que a vítima estava bem e chegou a realizar uma festa de despedida, alegando que Benildes passaria um tempo na Espanha. Restos mortais da vítima foram encontrados na segunda-feira em uma residência do bairro Nova Conquista em Cuiabá-MT.
Benilze revelou que sua prima sumiu no ano de 2014, e que a família não chegou a procurar a polícia imediatamente, pois acreditava que Benildes estava bem e morando na Espanha, pois a mesma, tinha costume de ir com frequência ao País localizado na Península Ibérica na Europa para trabalhar.
“Ele sempre foi manipulador, e dava um jeito de confundir a situação toda. A irmã mais velha dela (vítima) Leize que começou a desconfiar, pois ele (Adilson), realizou uma situação, e ambos entraram em atrito e não se falaram mais, e sempre que perguntado sobre a Benildes, ele dizia que estava tudo bem”, disse em entrevista.
A família acreditou que a vítima estava a trabalho na Espanha, pois de acordo com Benilze, a vítima frequentemente seguia para o País europeu onde ficava de um a dois anos trabalhando e retornava ao Brasil.
“Até então, para todo mundo, ela não desapareceu, pois o Adilson fez uma festa de despedida pra ela, com um jantar, eu cheguei a vir nesse jantar, havia mala pronta e tudo mais, como se estivesse tudo certo para ela embarcar novamente para trabalhar na Espanha. Por isso, essa demora da família desconfiar do desaparecimento dela”, revelou.
Para completar, Benildes revelou a prima que não tinha mais vontade de morar no Brasil, pois não estava satisfeita no relacionamento, após descobertas de casos extraconjugais do companheiro.
Benildes havia comprado a residência em que foi enterrada, junto com Adilson, e somente ela viajava ao país da Europa, enquanto o companheiro ficou em Cuiabá para terminar a construção do imóvel do casal.
A prima de Benilze disse ainda que nunca se deu bem com o acusado, e desde a primeira vez notou que Adilson tinha comportamentos estranhos, chegando a se esconder debaixo da cama para espionar Benildes.
“Uma vez ele simulou que estava no Rio de Janeiro, ligou para ela (Benildes) com o ramal de lá perguntando como estava e tudo mais, e quando nós chegamos em casa, fui tomar banho vi um pé embaixo da cama e era ele escondido, chamei a polícia e fomos parar no Cisc Planalto na época”.
Agora com a confissão do assassino, a família de Benildes espera que a justiça seja feita, e que Adilson pague pelos crimes cometidos.
A DHPP (Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa) localizou o corpo da operadora de call center Talissa Oliveira Ormond, desaparecida em 2013. O corpo dela estaria enterrado em uma casa no bairro Nova Conquista, na capital.
Após peritos localizarem a primeira ossada, Adilson revelou também que a ossada de Benildes estaria enterrado no quintal do imóvel. A equipe do Grupo de Atuação em Perícias Especiais (Gape) da Politec continuaram as buscas junto com policiais da DHPP no intuito de localizar os demais restos mortais de Benildes.
O trabalho durou mais de cinco horas, e poucas partes foram encontradas, levando o delegado Fausto José de Freitas, acreditar que a vítima esteja enterrada embaixo do banheiro do imóvel.
A vítima Talissa de Oliveira Ormond, 22 anos, teve o desaparecimento comunicado em 8 julho de 2013, cerca de quatro dias depois de sumir. A mãe da moça contou que ela tinha saído para trabalhar em uma empresa de telefonia e não mais deu notícias. Na empresa, a chefe da vítima informou à mãe que naquele dia ela tinha trabalhado o dia todo e quando saiu havia um rapaz moreno em uma motocicleta a espera dela. Mas ninguém a viu sair com ele. No dia seguinte, a vítima teria ligado na empresa pedindo socorro. Depois não deu mais notícias.
A segunda vítima, Benildes Batista de Almeida, 39 anos, desapareceu em 17 de dezembro de 2013, mas a família só procurou a polícia em 2014. Ela morava na cidade de Asturia, na Espanha, e tinha voltado ao Brasil, onde passou cinco meses com a família. A filha dela entrou em contato com a Polícia Federal, que não identificou que ela havia saído do Brasil. Ela era ex-mulher do suspeito.
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