Os delegados Ana Cristina Feldener e Flávio Stringueta, responsáveis por conduzir as investigações das interceptações clandestinas, encaminharam um pedido de revogação da prisão do cabo da Polícia Militar Gerson Luiz Correa Junior.
A solicitação foi encaminhada ao relator do processo que tramita no Tribunal de Justiça, desembargador Orlando Perri, um dia após o militar ter prestado depoimento no Complexo Miranda Reis, nesta segunda-feira (16), quando decidiu contribuir com as investigações.
Mesmo o requerimento tendo sido encaminhado ao TJ, a solicitação será analisada pelo ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que suspendeu os andamentos do inquérito na Corte Estadual.
Durante o interrogatório, Gerson assumiu ter destruído os HD’s, onde estavam armazenadas as ligações gravadas clandestinamente, e acusou o ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, de ter bancado R$ 50 mil para custear as despesas no esquema dos grampos.
O cabo também revelou que quando trabalhava no Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) uma “estória cobertura” foi criada com uma anuência do então coordenador do Grupo, promotor de Justiça Marco Aurélio, e da própria magistrada para interceptar os suspeitos do atentado, que seriam o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e ex-deputado José Riva.
Gerson foi preso no dia 23 de maio acusado de ser responsável por formalizar os pedidos, prorrogações e relatórios de inteligência dos grampos militares ilegais à Justiça e desde então se encontra detido no Centro de Custódia de Cuiabá.
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