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Defesa monitora museu e estruturas afetadas por fortes temporais no Centro Histórico de Cuiabá

O Museu da Imagem e do Som de Cuiabá (MISC) e outras estruturas de grande valor cultural e patrimonial na região do Centro Histórico foram inspecionadas pelas equipes da Secretaria Municipal de Cultura e a Defesa Civil nesta terça-feira (29). O objetivo da medida é vistoriar eventuais danos e impactos causados pelas fortes chuvas e temporais que atingiram a capital ao longo deste mês. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet),Cuiabá registra o abril mais chuvoso em 64 anos.

A medição apontou que entre 9 horas do dia 21 e 9 horas do dia 22 de abril choveu 45 mm, volume que ficou entre os dez mais elevados do país neste período.

O secretário municipal de Cultura, Johnny Everson, explicou que um vazamento na parede foi detectado no MISC pela Assessoria Especial de Valorização do Patrimônio Histórico de Cuiabá. A infiltração foi ocasionada após novo registro de desabamento na antiga Gráfica Pêpe. “O secretário irá enviar uma equipe técnica para uma nova vistoria e emissão de um relatório técnico da situação, contendo o nível de risco, inclusive de desabamento da parede aqui do MISC. A parede da Gráfica Pêpe está escorada sobre a nossa parede, e precisamos tomar medidas emergenciais para que o MISC não desmorone”.

O período de chuvas intensas na capital também provocou desmoronamentos em outros pontos do Centro Histórico. Um dos locais atingidos foi uma parede localizada ao lado da antiga sede da Secretaria de Estado de Turismo. A antiga sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que está em processo de reforma, também registrou queda em sua estrutura.

Johnny Everson afirmou que, em 2013, R$ 11 milhões foram transferidos pelo Governo Federal para que o município de Cuiabá realizasse a restauração dos casarões. Segundo o secretário, os gestores anteriores não conseguiram avançar devido à burocracia necessária à legalização dos reparos realizados pelas instituições. A dificuldade envolvia a autorização de todos os herdeiros, tendo sido utilizado apenas 5% do recurso para essa finalidade, com 95% sendo devolvidos ao Governo Federal.

“É importante que o poder público consiga unir todas as forças — todos os entes federados, o governo do estado, o governo federal e as organizações da sociedade civil — para que uma solução saia do papel. Precisamos identificar quais imóveis pertencem ao município, quais ao estado, qual é a responsabilidade do Governo Federal, qual é da iniciativa privada e quais medidas legais precisam ser tomadas para que possam ocorrer intervenções. O primeiro passo fundamental é a realização de um levantamento minucioso de todo o patrimônio do Centro Histórico. Estima-se que existam cerca de 400 casarões”, apontou Johnny Everson.

O secretário municipal de Defesa Civil, coronel Alessandro Borges, afirmou que irá criar um grupo de trabalho para vistoriar os locais. No caso do MISC e da antiga Gráfica Pêpe, que compartilham a parede comprometida, o secretário marcou nova vistoria, incluindo equipes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT), do Iphan e representantes de outras secretarias para uma análise.

“Vamos verificar a situação real, por meio de uma análise global, para definir as medidas a serem tomadas em virtude do estado da edificação. Vamos montar um grupo de trabalho justamente para mapear todas as edificações tombadas. Para saber quais são os caminhos, precisamos ter todas as informações, que hoje ainda não temos”, afirmou Alessandro Borges.

Monitoramento 

No Centro Histórico de Cuiabá, a Defesa Civil também monitora uma residência comprometida por um desabamento. A via onde o imóvel está localizado foi interditada pela Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), como medida de segurança. A Secretaria de Obras realizou o escoramento emergencial da estrutura para evitar novos danos.

Com base em recomendações técnicas do Crea-MT, da Defesa Civil e do Iphan, foi realizada a colocação de lonas sobre o imóvel como medida preventiva. O proprietário segue aguardando autorização do Iphan para iniciar as obras de reforma.

João Freitas

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