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Defesa de Silval afirma que confissão rebaterá falsas acusações

Foto: Reprodução (superior) / Ednei Rosa (interior)

A nova banca de defesa do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), representada pelo advogado criminalista Délio Fortes Lins e Silva Júnior, confirmou que o político irá adotar a tática de confessar os crimes cometidos em sua gestão, para se livrar das acusações impudadas a ele que não são verdadeiras. 

Silval está preso desde setembro de 2015 no Centro de Custódia da Capital (CCC), em decorrência da Operação Sodoma, uma das operações em que culminaram em ações penais na qual é réu, na Vara Contra o Crime Organizado da Capital, sob responsábilidade da juíza Selma Arruda.

Segundo a defesa, a contribuição do ex-governador para os esclarecimentos dos crimes que lesaram o Estado de Mato Grosso, tem o intuito de minimizar sua sentença.  

“Tem tanta acusação improcedente que Silval Barbosa resolveu admitir realmente o que fez e mostrar que boa parte das acusações não procede. Com isso, ele vai tentar uma pena menor, mostrando que está contribuindo”, disse o advogado ao Circuito Mato Grosso.

Délio Lins assumiu a defesa do ex-governador nos últimos dias, quando em abril deste ano, os advogados – Valber Melo, Ulisses Rabaneda, Francisco Faiad, Artur Osti e Renan Serra – que acompanhavam Silval desde sua prisão renunciaram sua defesa, por não concordarem com a decisão do político em confessar crimes que até então eram negados.

Mesmo com rumores de que o ex-governador teria firmado um acordo de colaboração premiada com Procuradoria-Geral da República (PGR), com anuência do Supremo Tribunal Federal (STF) – na qual se levanta um suposto montante de R$ 100 milhões a serem devolvidos aos cofres públicos -, Délio negou que o cliente irá delatar. “Não, não tem delação nenhuma”, reforçou.

Com diversos processos em andamento na esfera criminal, o advogado de Silval diz que ainda não está a par de todos, mas está estudando um a um. “Estou estudando os processos, estou me habilitando formalmente aos poucos, na medida em que ele vai sendo intimado eu vou me habilitando”, afirmou.

Pedido de liberdade

Délio Lins disse que entrará com pedido de liberdade ao cliente, que está há um ano e oito meses preso, assim que Selma Arruda voltar da licença.

“A gente está se inteirando dos processos e, em respeito a doutora Selma que decretou as prisões, aguardando o seu retorno para pleitear a liberdade dele [Silval]”, declarou o advogado.

Audiências para julho

A atuação da nova equipe de defesa se dará em julho, data em que foi remarcada as audiências de instrução da quarta fase da Operação Sodoma. As oitivas deverão se iniciar no dia 3 de julho. Já Silval Barbosa deve ser ouvido no dia 5 do mesmo mês.

As novas datas foram marcadas pelo juiz Luiz Tadeu Rodrigues, da 2ª Vara Criminal, que atuou em substituição a juíza Selma, que está de licença médica.

Principais investigações

Das cinco ações derivadas da Sodoma, três mantém o ex-governador preso, na fase 3, 4 e 5. Na 1ª fase da Sodoma, Silval é acusado de cobrar R$ 2 milhões em propina para concessão de incentivos fiscais.

Na segunda fase, o ex-governador é acusado de ter encabeçado uma fraude na compra de um terreno avaliado em R$ 13 milhões, comprado com dinheiro de propina. Com isso, a 3ª fase aprofundou a investigação e identificou o esquema em que agentes públicos recebiam propina para conseguir contratos com o Executivo estadual.

A 4ª fase da operação revelou irregularidades na desapropriação do terreno comprado por R$ 37,7 milhões, no bairro Jardim Liberdade. Na quinta fase a operação investiga o suposto desvio de R$ 8,1 milhões em troca da concessão de contratos e de compras fraudulentas de combustível.

Além da Sodoma, Silval também é investigado pela Operação Seven, acusado de ter transformado um parque estadual em unidade de conservação ecológica para dar legalidade a um esquema que desviou R$ 7 milhões dos cofres públicos do Estado.

Na Justiça Federal, o ex-governador também foi alvo de investigação por crimes de lavagem de dinheiro na Operação Ararath e em uma ação do Ministério Público Federal (MPF) por irregularidades na escolha do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) como o modal de transporte da Grande Cuiabá, para o Copa do Mundo de 2014, na qual teriam sido desviados cerca de R$ 541 milhões.

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Valquiria Castil

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