Lobato chegou na quarta-feira (23) a Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, e esteve no início da tarde na Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu I (PEF1), onde o ex-Polegar está preso. Segundo o advogado, Rafael está confiante “Conversei com ele por 45 minutos e ele está bem, apenas preocupado com a esposa”, contou o Lobato.
O ex-Polegar está na mesma cela que outros detentos, conforme o advogado. "Ele está tendo o mesmo tratamento que os outros presos", disse Lobato. A esposa dele está detida na cadeia pública de Foz do Iguaçu.
Ainda na quarta o Juiz Federal da 1ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, Pedro Carvalho Aguirre Filho, alterou a prisão em flagrante para prisão preventiva, conforme Lobato, que também conseguiu as cópias do processo dos dois.
Rafael foi preso na segunda-feira (21) à tarde, na aduana da Receita Federal de Foz do Iguaçu. O ex-Polegar estava com a mulher e ambos tentaram passar pela fiscalização da Receita Federal em duas moto-táxi. Ao revistar o casal, os agentes da Receita encontraram uma espingarda calibre 12 e munição enrolados em um cobertor que estava com a mulher. A arma estava desmontada. Com Rafael, foi encontrada a arma de choque. A mulher dele, que vinha logo atrás, tentou dar meia-volta e seguir para o Paraguai de novo, mas foi impedida.
De acordo com a Receita Federal, o casal pode pegar de quatro a oito anos de prisão por tráfico internacional de armas.
Sucesso e confusões
O Grupo Polegar estourou em 1989, com a música "Dá Para Mim", e chegou a vender um milhão de discos. Rafael Ilha deixou o grupo em 1991. Depois disso, o ex-vocalista acumulou passagens pela polícia. Ele foi preso pela primeira vez em setembro de 1998, quando tentava assaltar pessoas em um cruzamento para comprar drogas. À época, ele roubou um vale-transporte e uma nota de R$ 1 de uma balconista na Zona Sul de São Paulo.
No ano seguinte, ele foi detido por dirigir uma moto na contramão. Depois, foram duas outras prisões por porte de cocaína. Em 2000, o ex-integrante do grupo Polegar passou mal depois de engolir uma caneta, três isqueiros e uma pilha, durante uma crise de abstinência. Meses depois, ele ingeriu outras duas pilhas e precisou ser submetido a uma cirurgia, em um hospital de São Paulo, para a retirada dos objetos.
Em 2005, foi detido em Itapecerica da Serra, em frente à clínica dele, com uma arma calibre 380, com numeração raspada. Ele acabou autuado em flagrante por porte ilegal de arma. Em setembro de 2007, o ex-Polegar voltou à delegacia, mas como vítima. Rafael se dirigiu à residência de um jovem de 30 anos com intuito de convencê-lo a se internar. De acordo com a polícia, quando o homem percebeu a chegada do ex-vocalista, acabou fugindo em seu carro. Rafael passou a persegui-lo e, após um tempo, o jovem parou o carro e teria agredido o ex-cantor.
Em julho de 2008, Rafael Ilha passou 17 dias na prisão, acusado de tentativa de sequestro, formação de quadrilha e usurpação de função pública. Ele teria tentado, junto com outras duas pessoas, colocar à força em um carro a esteticista Karina Costa, de 28 anos. Ele informou à polícia que o ex-marido dela tinha entrado em contato e pedido para que a mulher fosse internada na clínica de reabilitação contra dependentes químicos do ex-Polegar. A esteticista negou ser usuária de drogas.
Em 2009, o ex-cantor foi encontrado dentro de um elevador de um condomínio todo ensanguentado. Os policiais que atenderam a ocorrência relataram na delegacia que ele dizia a frase “eu vou me matar”. Rafael ficou internado quatro dias. De acordo com o psiquiatra Aloísio Priuli, Ilha foi diagnosticado com transtorno bipolar.
Já em 2013, o ex-vocalista sofreu um acidente de moto na Ponte Octavio Frias de Oliveira, a ponte estaiada, na Zona Sul de São Paulo. Segundo a polícia, Rafael bateu com a motocicleta na mureta, depois de ser fechado por um carro. A moto pegou fogo e ficou totalmente destruída, mas o ex-Polegar conseguiu saltar do veículo e sofreu algumas escoriações.
G1