Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto
Os candidatos ao Senado por Mato Grosso, Rogério Salles (PSDB), Wellington Fagundes (PR), Rui Prado (PSD) e Gilberto Lopes Filho (PSOL) se enfrentaram na noite deste domingo (21), no debate realizado pela Televisão Brasil Oeste (TBO). Este foi o primeiro enfrentamento entre eles, com um encontro que teve um início ‘morno’, mas com um desfecho marcado por troca de acusações, especialmente entre Rogério Salles e Wellington Fagundes.
Assim como tem ocorrido nas propagandas eleitorais no rádio e na televisão, os candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto procuraram expor o que eles classificam como incoerência um do outro.
Em certo momento, Salles atribuiu a Wellington Fagundes indicações de nomes para compor a Secopa e o Dnit, por exemplo. “O VLT é uma obra milionária que não está pronta. A Trincheira do Santa Rosa está interdita e o Viaduto da Sefaz, será que vai despencar?”, questionou o tucano.
“O candidato Salles tenta colocar em mim responsabilidade que não é minha. Quem faz obra é o Executivo, isso não é papel da bancada federal. Agora a construtora cuja obra apresentou falha tem gente que está dentro do seu partido”, rebateu o republicano.
Fagundes ainda voltou a mencionar a aposentadoria especial que Salles recebe, no valor de R$ 15 mil mensais, após ocupar o Governo do Estado pelo período de oito meses. “Minha assessoria disse que não era pra eu falar, mas eu vou ter que comentar. Ele recebe uma aposentadoria especial de R$ 15 mil por mês e já disse que não vai abrir mão. Se não é ilegal é imoral”, afirmou ele.
Salles ainda voltou a acusar Fagundes de ser favorável a divisão de Mato Grosso. “O senhor tem que explicar, sem enrolar, esse decreto que propõe a divisão do Estado”, alegou o tucano. Fagundes, por sua vez, disse que o adversário, não sabe, sequer ler. “Eu não propus a divisão do Estado, propôs um plebiscito para discutir essa divisão”, rebateu o republicano.
“Está aqui o decreto em minhas mãos. Eu li exatamente o que estava escrito no site do Congresso. Proposta de plebiscito para propor a divisão do estado de Mato Grosso. Se isso não é propor a diviso, então não sei o que é. O senhor tem que saber assumir publicamente sua posição e arcar com o ônus e o bônus dessa posição”, disparou Salles.
O candidato do PSD, Rui Prado, que não foi alvo de muitos ataques durante o debate e desta forma, manteve uma postura neutra, alegou, tanto em seu considerações finais quanto na entrevista aos jornalista, que lamentou a postura adotada pelos adversários.
“Aqui ficou claro quem está debatendo propostas e quem quer lutar pelas transformações e mudanças no Estado de Mato Grosso. Eu não concordo com essa briga dos candidatos, eles querem provara quem é mais ou menos corrupto e esquecem de apresentar propostas ao eleitor”, finalizou o social democrata.
Supresa
O candidato pelo PSOL Gilberto Lopes Filho se mostrou como uma surpresa neste debate. Ele que começou o debate um pouco nervoso, aos poucos foi se soltando e disparou críticas aos demais candidatos.
Em um dos momentos, por exemplo, ele questionou se Rui Prado não se sentia incomodado em ter o apoio do deputado estadual José Riva (PSD), lembrando dos mais de cem processos que o social democrata responde na Justiça. “Aqui temos candidatos dos milionários e que são apoiados por pessoas desonestas, como o Rui que tem o apoio do Riva. Como é que fica isso candidato? Como é fazr campanha com dinheiro sujo”, questionou Filho.
Em sua resposta, Prado alegou que “todos os apoios são bem vindos e que a questão do Riva é algo que cabe a Justiça resolver. Não sei o que o senhor quer dizer quando fala de dinheiro sujo, minhas contas estão prestadas de forma clara e de acordo com a legislação do TRE”, respondeu o candidato.
Em outra oportunidade, Gilberto Filho ainda alfinetou o candidato Wellington Fagundes sobre o discurso de mudança pregado pela Coligação da qual ele faz parte – ‘Amor a Nossa Gente’. “Essa palavra mu dança está sendo muito maltratada. Onde já se viu, candidato que está aí poder há mais de 30 anos e ainda quer falar que é a mudança”, criticou ele.
Ao final do debate, o candidato do PSOL acusou os adversários de fugirem de seus questionamentos. “Meus adversários fugiram um pouco do tema né, porque as minhas perguntas são bem diretas, são essas as perguntas que o povo quer fazer, sem rodeios. Não me senti satisfeito com as respostas deles não”.
Por fim, ele ainda deu a seguinte declaração à imprensa: “Se eu tivesse oportunidade de expor minhas ideias a todo Mato Grosso com certeza eu iria ganhar com muita facilidade essa eleição. Estou no páreo ainda, a partir de hoje começou a minha arrancada pra vitória”.
Logo mais a partir das 11horas, eles se enfrentam em um novo debate, desta vez, realizado pela TV Gazeta.