Uma das surpresas desta semana foi a apresentação dos dados da geração de riqueza de Mato Grosso. A apresentação dos resultados técnicos do Produto interno Bruto de Trimestral do Estado aconteceu na manhã de terça-feira (27/02), na Secretaria do Planejamento de Mato Grosso (Seplan).
Jornalista, comissão técnica da Seplan, estiveram presentes e se surpreenderam com os dados de crescimento apresentado pelos técnicos que mostram o desenvolvimento do estado comparados até mesmo com demais cidades do país. Os números apresentados revelam que Mato Grosso cresceu 14, 1% no terceiro trimestre de 2017, se comparados ao mesmo período do ano anterior. Comparado com os índices Brasil, os números mostram que o registro de crescimento foi de 1,4% para o mesmo período.
Ainda de acordo com os dados apresentados pela Seplan, na variação de acumulo anual que vai de janeiro a setembro ano passado, a economia local cresceu 13%, quando comparados com a atividade econômica nacional que apresentou crescimento de apenas 0,6% no mesmo período.
De acordo com Secretário de Planejamento, Guilherme Muller, o estado deixou de crescer em 2016, porém a partir de 2017 essa economia começou a “deslanchar”, conforme mostram os dados na tabela.
Muito dinheiro na mão de poucas pessoas
Questionado sobre como explicar números tão positivos em meio à crise financeira do Estado e o possível fundo de estabilização fiscal para tirar o estado do vermelho, o Secretário diz que esses dados vêm da exportação e que isso não reflete no aumento da receita da população. Ou seja, o dinheiro é gerado, mas não distribuído.
A política de gastos do governo também teria engessado o funcionamento da máquina pública, criando a crise, que seria "financeira" e não "econômica".
“O grande problema do estado de Mato Grosso não é com a receita, foi com o excesso de despesas criadas, o que gerou essa crise, ou seja, neste período a receita cresceu, mas as despesas cresceram muito mais”, disse o secretário.
Ainda de acordo com Muller, o estado está saindo da crise, isso pode ser explicado com o crescimento em outros setores da economia, como é o caso indústria (2,6%) e o comércio.
“Mato Grosso tem uma economia dinâmica que cresce mais que o resto país, cresce mais que o Brasil e outros estados. Isso aconteceu novamente em 2017, pois em 2016 o crescimento foi negativo, cresceu menos que a economia brasileira”, relatou.
Agricultura é o carro forte, mas indústria cresceu no Estado
Os dados reforçam que o crescimento econômico do estado em seus setores veio da agropecuária, com 49,8%, junto com a indústria 2,6%, seguido do setor de serviços que apresentou 1,7% de crescimento no trimestre.
De acordo com o coordenador de Estudos Socioeconômicos da Seplan, Eduardo Matsubara, o crescimento na agropecuária pode ser explicado pela boa safra, ou seja, bom crescimento na produção por quatro trimestres, mas com uma leve desaceleração presente no terceiro trimestre, isso comparado ao desempenho no mesmo período de 2016.
Outro reflexo positivo, é o desempenho da indústria, este setor cresceu no terceiro trimestre de 2017, este aumento impulsionado pela indústria de transformação proporcionou a fabricação de biocombustível, ampliando sua produção.
Após quatro trimestres negativos, os dados apontaram dois trimestres positivos em 2017. A participação do comercio é apontado como segmento que mais contribuiu para o resultado de serviços, seguido por transportes e aluguéis, conforme mostra os dados na tabela.
Além de todos os dados apresentado, vale ressaltar que ao comparar o PIB de MT com outras cidades do Brasil, o estado ocupa primeira colocação de desempenho no 3° trimestre de 2017 com resultado de 13%, seguido de Goiás 3,3, Espirito Santo 3,3, Ceará 2,8, São Paulo 2,3, Pernambuco 1,6, Minas Gerais 0,1, Bahia 0,1, Rio Grande do Sul 0,0 e ate mesmo a frente do Brasil que registrou PIB de 1,4.