Com 15.560 óbitos confirmados desde o começo da pandemia, o Estado do Rio está no mesmo patamar de países que foram duramente impactados pela covid-19. Caso fosse uma nação, o Rio ocuparia a 13ª posição no ranking global de mortes pelo novo coronavírus, de acordo com dados compilados pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.
O estado ficaria à frente, por exemplo, da África do Sul e do Chile, onde há menos casos. No topo dessa lista, estão os Estados Unidos e o Brasil. Em toda a América Latina, apenas México, Peru e Colômbia registraram mais óbitos do que o Rio.
Já em número de casos, o estado ocuparia o 21º lugar no ranking mundial. Aqui já foi confirmada a infecção de 214.003 pessoas, de acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria estadual de Saúde. Os números colocam o Rio de Janeiro à frente de países como Iraque, Filipinas, Indonésia e Canadá.
Veja como seria o ranking de óbitos se o Rio fosse um país:
Estados Unidos 177.773
Brasil 115.309
México 60.800
Índia 58.390
Reino Unido 41.519
Itália 35.445
França 30.549
Espanha 28.924
Peru 27.813
Irã 20.901
Colômbia 17.612
Rússia 16.524
Rio de Janeiro 15.560
África do Sul 13.159
Chile 10.958
Num levantamento feito pelo grupo de estudos Covid-19 Analytics, formado por professores da PUC-Rio e da Fundação Getulio Vargas (FGV), que leva em conta o número de óbitos por milhão de habitantes, o Rio ocupa o segundo lugar num ranking apenas de países. Em primeiro lugar, está San Marino.
— A gente levou em conta o dia epidemiológico de cada país para conseguir comparar no exato momento da pandemia — explica Marcelo Medeiros, professor de economia da PUC e coordenador da equipe.
Estado se aproxima dos epicentros
Ao superar os 15 mil óbitos, o Rio se equipa a outros estados muito abalados pela pandemia, como Nova Jersey (com 15.953), no Estados Unidos, e Lombardia (com 16.857), na Itália. Em Nova York, onde a doença foi avassaladora, o coronavírus já matou 32.891.
Para o infectologista Mario Roberto Dal Poz, professor do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o estado deixou de fazer o que a comunidade científica considera primário no controle de doença: identificar, isolar e monitorar os contaminados.
— O foco aqui foi a construção de hospitais, que hoje nem funcionam mais. Só que isso não é tudo. Não houve coordenação sanitária — disse o médico, que deixou o comitê científico que assessora o governo estadual após os escândalos de corrupção na Saúde.