O governo da Somália proibiu nesta terça-feira (22) as celebrações de Natal e Ano Novo no país de maioria muçulmana, explicando que as comemorações poderiam provocar ataques dos islâmicos shebab.
"Todos os eventos relacionados com as celebrações das festas de Natal e Ano Novo são contrários à cultura islâmica e poderiam prejudicar a fé da comunidade muçulmana", explicou à imprensa Sheikh Mohamed Khayrow, diretor-geral do ministério de Assuntos Religiosos.
"Não se deve realizar qualquer atividade", declarou Khayrow, precisando que as forças da ordem estão orientadas a impedir qualquer celebração deste tipo.
Sheikh Bur Barud Gurhan, do Conselho Religioso Supremo da Somália, explicou que as festas não muçulmanas podem provocar a ira dos shebab, ligados à rede Al-Qaeda.
"Fazemos uma advertência contra as celebrações destas festas que não têm relação com os princípios da nossa religião", acrescentou Gurhan, assinalando que isto poderia incitar os shebab "a perpetrar ataques".
No ano passado, os shebab realizaram um ataque no Natal contra o Aeroporto de Mogadíscio que deixou ao menos 12 mortos.
A Somália é o segundo país muçulmano a proibir o Natal este ano, após o Sultanato de Brunei, que adotou uma medida similar.
O país segue o calendário islâmico, que não reconhece 1º de janeiro como o início do ano.
Fonte: G1