Etiene Medeiros é um nome que jamais será esquecido na história da natação brasileira. A única campeã mundial do Brasil em piscina curta, virou nesta sexta-feira também a primeira do país a conquistar o ouro em uma edição dos Jogos Pan-Americanos. O feito obtido nos 100m costas pela pernambucana de 24 anos veio com uma prova perfeita, na qual ela também tornou-se a primeira brasileira a nadar abaixo de um minuto. A pernambucana vibrou muito ao ver o tempo de 59s61 no placar do Centro Aquático de Toronto, novos recordes sul-americano e pan-americano – o anterior do continente era da aposentada Fabiola Molina (1m00s07). As americanas Olivia Smoliga (1m00s06) e Clara Smiddy (1m00s09) completaram o pódio.
– Estou muito realizada, fiz um trabalho muito duro para conseguir essa medalha de ouro. Isso estava dentro de mim. Queria muito ganhar a medalha. Aos poucos, eu comecei a acreditar que a de ouro seria possível. Era uma prova que eu estava batalhando muito. Sempre fui um pouco preguiçosa para os 100m, mas eu passei a me dedicar com tudo. A energia de todo mundo bateu em mim e veio com tudo – afirmou Etiene, ainda desnorteada após sair da piscina que ela jamais esquecerá.
Menos de duas horas depois, Etiene subiu novamente ao pódio após fazer uma final muito boa para conquistar a medalha de prata nos 50m livre. A laureada brasileira completou a prova mais veloz da natação em 24s55, ficando atrás apenas de Walla Vanderpool, de Bahamas, vencedora ao bater em 24s38. A americana Natalie Coughlin foi bronze (24s66).
Nas eliminatórias da natação, disputadas mais cedo, Etiene havia liderado a primeira bateria dos 100m costas, com o tempo de 1m00s74. Ao melhorar ainda mais a marca na final, Etiene também quebrou o recorde pan-americano, que pertencia a Smoliga (1m00s35, em Guadalajara 2011), que era apontada como favorita ao ouro. Além disso, o tempo da pernambucana ficou muito próximo do recorde mundial, anotada pela britânica Gemma Spofforth (58s12).
A medalha de Etiene foi a sétima de ouro para a delegação brasileira em Toronto. No total, os nadadores do Time Brasil já contabilizam 17 medalhas (incluindo três de prata e sete de bronze). Com a conquista de Etiene, o país assumiu provisoriamente o terceiro lugar do ranking da competição, com 21 ouros, ultrapassando Cuba e Colômbia, que possuem 18 ouros cada.
Guilherme Guido fica com a prata nos 100m costas
Em um final de prova emocionante na versão masculina dos 100m costas, o paulista Guilherme Guido por muito pouco não conquistou mais um ouro para o Brasil em Toronto. Após tirar uma grande desvantagem na reta final, Guido quase ultrapassou o americano Nicolas Thoman, que fez o tempo de 53s20, um pouco à frente do representante do Time Brasil, que bateu em 53s35. O também americano Eugene Godsoe ficou com o bronze (53s96).
– O tempo foi um pouco abaixo do que eu esperava, mas a prova teve um nível técnico muito forte. Eu estava brigando com o medalhista olímpico de prata em Londres 2012. Eu fiquei com o gosto de ouro, mas veio a prata. Foi muito bacana. Agora, vou treinar bastante para buscar a medalha olímpica no Rio 2016. Foi mais uma festa pelo tempo do que pela prata – disse Guido.
Léo de Deus leva o bronze nos 400m livre
Em uma grande reação nos últimos 50m, Léo de Deus assegurou a medalha de bronze nos 400m livre, com o tempo de 3m50s30. Para delírio da torcida que lotou o Centro Aquático de Toronto, o canadense Ryan Cochrane, ficou com ouro (3m48s29), à frente do medalhista de prata, o americano Ryan Feeley (3m49s69).
– No aquecimento, eu não estava me sentindo tão bem. Estou cansado, sentindo essa bateria de provas. Então, não comecei com tanto gás para puxar com o canadense e o americano. Tentei apertar o coração dos brasileiros que estavam na torcida e deixar para o fim de novo. Eu não estou 100%, então tenho lutar com as armas que tenho – afirmou Léo.
Fonte: G1