O principal índice da bolsa paulista oscila nesta sexta-feira (3), com as pressões diante do cenário político local e também conforme diminuía a visão mais favorável vinda do cenário externo, segundo a Reuters. Às 15h01, o Ibovespa subia 0,04%, a 73.849 pontos.
No exterior, a visão de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, deve seguir um ritmo gradual na alta de juros ganhou força após a confirmação, na véspera, da indicação, de Jerome Powell para assumir a liderança da autoridade monetária, no lugar de Janet Yellen.
A troca do comando no Banco Central norte-americano era um dos anúncios mais aguardados pelo mercado financeiro e vinha mexendo com a bolsa e a cotação do dólar frente a outras moedas nos últimos dias. Banqueiro de investimentos e diretor do Fed desde 2012, Powell é visto como um centrista, mais aberto à agenda de desregulação do governo Trump.
Também corroborando essa visão estavam os dados do mercado de trabalho nos EUA, divulgados mais cedo, com criação de 261 mil vagas em outubro, abaixo da expectativa de economistas de criação de 310 mil postos de trabalho, de acordo com a Reuters.
Por outro lado, a política local seguia pressionando os negócios, conforme receios diante da possibilidade de que uma reforma da Previdência não seja aprovada.
"A política está novamente atrapalhando a economia", disse à Reuters o gestor da mesa de operações de Bovespa da Coinvalores, Marco Tulli Siqueira, acrescentando que as preocupações com a eleição de 2018 e a possibilidade de as reformas serem adiadas para o próximo ano pensam sobre os negócios.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta sexta à Rádio Gaúcha que a reforma da Previdência deve ser aprovada em sua versão "completa", ou ajuste nas regras da aposentadoria terá de voltar à pauta do Congresso nos róximos anos.