Com a manhã de segunda-feira já raiando, ele cambaleou para dentro do que achava ser a pousada em que estava hospedado e lá dormiu o sono pesado mais pesado que a cachaça oferece aos bebuns.
Quando acordou de seu estupor etílico, além da ressaca monumental e do desconforto físico, ele também sentiu que não estava onde imaginava estar.
De algum modo, ele havia confundido a aconchegante pousada com o contêiner de um navio de carga e, trancado lá dentro, começou a sentir seu sangue esquentar, rescendendo a saquê.
Antes de ser dominado pelo pânico, bateu no bolso e percebeu que ainda tinha seu celular, que ele ele ainda tinha bateria e, surpreendentemente, ainda tinha sinal para realizar ligações.
Foi assim que ele conseguiu ligar para a polícia e pedir socorro. Havia, porém, um outro problema a ser contornado.
Trancado pelo lado dentro, ele não sabia informar aos policiais dentro de qual contêiner ele estava trancado — e havia uma infinidade deles, empilhados uns sobre os outros.
Por fim, a polícia foi capaz de encontrá-lo pedindo para o cara batucar nas paredes de metal.
O contêiner em que o chinês se meteu estava no alto de uma pilha de quase 20 metros e, de acordo com um trabalhador das docas, se ele tivesse dormido por mais uma horinha que fosse, ia acabar acordando em alto mar, em uma embarcação com destino a Los Angeles, nos EUA.
Ao ser libertado, a primeira coisa que Jiang Wu pediu foi algo para beber.
A polícia, é claro, deu água para o pudim de mé e recomendou que ele abrisse o olho e se mantivesse longe de encrencas.
R7