“O Greenpeace está aqui para prestar solidariedade à luta dos indígenas pela garantia de seus direitos e pela garantia da terra, devido ao ataque que a bancada ruralista vem articulando na tentativa de diminuir os direitos conquistados pela população indígena na Constituição de 1988”, disse o coordenador da campanha Amazônia, do Greenpeace Brasil, Rômulo Batista.
Cerca de 200 índios cantaram ao pé do mastro protestando contra a PEC 215, que está em tramitação desde 2000. A proposta retira do Poder Executivo a atribuição exclusiva de homologar terras indígenas. De acordo com o texto, o Congresso Nacional passa a ter competência para aprovar a demarcação das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios e ratificar as demarcações homologadas.
Segundo o coordenador do Movimento Indígena da Bahia (MIB), Zeca Pataxó, os índios estão reunidos para dizer não à PEC 215. “Sabemos que se a demarcação de terras ficar com o Congresso, não terá mais terra demarcada para os índios” por causa da bancada ruralista, disse o líder indígena.
Sonia Guajajara, do Maranhão, uma das coordenadoras da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), explicou que o ato marca o início da semana de mobilização e luta em defesa dos direitos territoriais dos povos indígenas. “Estamos colocando a cara indígena em Brasília. Ainda há uma grande demanda de terras a serem demarcadas em vários estados. Isso traz um clima de insegurança para os povos indígenas e também incita os conflitos agrários”, disse Sonia.
O protesto foi acompanhado por dois policiais militares e 12 homens do Corpo de Bombeiros para o caso de algum ativista do Greenpeace cair do mastro. “Não há crime nenhum. A Bandeira Nacional está incólume, não foi danificada”, disse o tenente-coronel Gouveia, da Polícia Militar, que pediu aos índios que não apontassem arco e flecha para os policiais.
Agência Brasil