Cultura

Artistas da nova geração se encontram com Adriano Figueiredo e Camila Pasinato em mostra na Capital

Danilo Freitas, 18 anos, Marly Mello e Marco Souza, de 17, três estudantes da 3ª Série do Ensino Médio, se uniram ao artistas plástico Adriano Figueiredo e à ilustradora Camila Pasinato para uma mostra que acontece em Cuiabá nesta sexta-feira (25).  Os jovens vão expor suas criações junto às obras destes dois importantes nomes da cultura mato-grossense.

Adriano Figueiredo vê a mostra como uma grande oportunidade de colocar os alunos em contato com a cultura e a ideia é que desperte neles algum tipo de relação com a nossa cultura local por meio da arte. 

Artista plástico Adriano Figueiredo

Essa iniciativa do colégio nessa fase da vida dos alunos, para Camila Pasinato,  é muito importante no sentido de incentivar os que acreditam e sonham em seguir uma carreira relacionada a artes ou ao design e às vezes não tiveram o incentivo dos pais e de pessoas próximas, ou eles próprios acreditam que não é uma carreira boa pra se seguir por muitas pessoas falarem que “não dá dinheiro”. 

“Penso que tenho como missão mostrar pra esses jovens que é, sim, uma carreira que vale a pena e que é muito gratificante, desde que eles entendam que a grande diferença é o papel do empreendedorismo aliado ao artístico. Se é o que eles gostam de fazer, a chance de ter sucesso nessa carreira é muito maior”.

Ilustradora Camila Pasinato

A proposta do colégio Neo DNA, explica o diretor Paulo Rogério e Silva é oportunizar um espaço para valorizar a criatividade dos alunos, dando visibilidade e socializando com os colegas as suas criações. 

O evento, completa a coordenadora pedagógica, professora de redaçãoe orientadora  Luciani Lourenço, “visa motivar os alunos para reconhecer suas habilidades sócio emocionais, que se expressam através dos registros escritos, artísticos e culturais, na maioria das vezes, acabam abafados pela rotina escolar”.

Já os três jovens estudantes, que representam a nova geração das artes plásticas, irão expor suas criações, a maioria inéditas, e que traduzem os seus sentimentos, emoções, a mais pura expressão da alma, cada um com o seu perfil, traços e cores únicos.

Danilo Fernandes de Freitas conta que começou a fazer os primeiros desenhos quando estava no 8º Ano do Ensino Fundamental incentivado uma amiga. Ele usava caneta e folha de caderno. Com o tempo, o desenho foi se transformando em paixão e aos poucos ganhando cores.

“Em todas as minhas obras eu tento passar uma mensagem subliminar”, conta Danilo. Neste contexto, o jovem artista criou uma rosa vermelha, representa o florescer, o início de um processo em busca de resultados e também o amor. “Desde o ano passado eu estou usando vários materiais, tinta acrílica, caneta posca, entre outros”.

O jovem estudante diz não ter ainda uma definição exata sobre seu estilo, mas que tem preferência por desenhos subjetivos, simbólicos, por pessoas. Inclusive ele tem um personagem. É uma pessoa sem personalidade definida, que ainda não está completamente formada, que tem o rosto todo riscado,  e, portanto não consegue se entender por inteiro. “Eu busco, com este personagem, que as pessoas possam se enxergar nele”. 

Danilo pretende fazer faculdade de Publicidade e Propaganda. Não sabe se vai viver exclusivamente de arte no futuro. Mas, tem a certeza de que vai continuar a falar e a pregar o que acredita por meio de seus desenhos. “Onde a arte e levar eu vou”.

Marli Bahri Mello traduz sentimentos nos seus desenhos e também se inspira nas mitologias grega e nórdica

Marly Bahri Mello desenha desde os 5 anos. Parou para se dedicar a outra forma de arte: a dança. Fez dança de rua, balé e dança do ventre até os 13 anos, quando decidiu voltar a desenhar. Sempre usou lápis, mas agora está experimentando cores. “Eu crio meus desenhos a partir daquilo que me cativa, que vejo e posso colocar no sentimento o que eu acho legal”.

Uma de suas criações traz o coração e uma cobra. “Tenho visto muitas pessoas falando em vaidade, e isso afeta o sentimento e o psicológico das pessoas. Aí eu vi um coração num outdoor e isso me inspirou a fazer este desenho”.

O término de um namoro também levou Marliy Mello a traduzir esse momento em que ela estava bastante triste por meio de um desenho. “Em um simples pedaço de papel eu posso colocar meus mais profundos sentimentos, eu estava muito triste e aí fiz este desenho. E ele me inspira a não abaixar a cabeça”, revela a estudante, que também se inspira na mitologia, principalmente a grega e a nórdica, e pretende fazer Engenharia da Computação e usar desenhos gráficos para compor peças automotivas.

Já Marco Antônio Nunes de Souza tem plena certeza de que seu futuro está na arte, na música, no desenho. “Eu devo fazer faculdade de Designer Gráfico, porém o meu foco é a arte”, conta o jovem de 17 anos, que desenha desde os 3 anos de acordo com sua memória visual.

Marco Antônio Nunes de Souza tem plena certeza de que seu futuro está na arte, na música, no desenho

Este ano Marco Antônio deixou o caderno para desenhar em papel sulfit. “Estou melhorando”. Obstinado, diz que a paixão pela arte é sua própria inspiração. Entre os vários desenhos que Marco vai apresentar na mostra, o de uma criança sendo puxada de um lado por uma mão e de outro lado por outra. Ela estampa um sorriso enorme e forçado. A cor predominante do desenho é o azul.

O estudante explica que o azul é uma referência a Picasso, e que a cena é triste e representa a lei do bem-estar social. “Representa inclusive a alienação parental”.

Serviço:

O quê: Mostra de Artes de Adriano Figueiredo e artistas da nova geração

Quando: 25.10.2019

Horário: 8 às 17h

Local: Colégio Neo DNA – Avenida do CPA, 1573, Bosque da Saúde, Cuiabá/MT
 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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