As 139 obras de arte apreendidas na 10ª fase da Operação Lava Jato foram entregues ao Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, nesta quinta-feira (19). Desse total, 131 estavam na casa do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque.
O MON ficará responsável pelo material até que a Justiça Federal defina um destino para o acervo. A coleção traz nomes de artistas como Djanira, Alberto Guignard, Heitor dos Prazeres, Agostinho Batista de Freitas, Antonio Poteiro e Yara Tupynambá.
O Museu Oscar Niemeyer e a Polícia Federal (PF) não têm a estimativa do valor da coleção, conforme informou a instituição. De acordo com o MON, o laudo de autenticidade não pode ser realizado pelo museu, pois ele está apenas com a guarda das obras.
Ao todo, o MON já recebeu e está responsável por 203 obras apreendidas na Lava Jato.
Preso pela segunda vez na Lava Jato – que investiga esquema bilionário de corrupção na Petrobras – Duque é suspeito de articular o pagamento de propina de empresas que tinham contrato com a estatal.
Este dinheiro era utilizado para corromper diretores da Petrobras e também era direcionado a partidos políticos disfarçado de doação oficial.
A operação já dura um ano e, neste período, as apreensões de obras de arte têm sido frequentes.
Outras 64 obras, que estavam em posse dos investigados e que foram apreendidas pela polícia, já estavam no Museu Oscar Niemeyer. Algumas, inclusive, integraram uma exposição.
Há previsão de uma nova exposição com as obras apreendidas a partir de abril.
Artistas
As obras são de artistas renomados como Amílcar de Castro, Salvador Dalí, Pedro Motta, Vik Muniz, Miguel Rio Branco, Sérgio Sister, Romero Britto, Di Cavalcanti, Gerardenghi, Gomide, Heitor dos Prazeres, Iberê Camargo, Mario Gruber, entre outros.
Segundo os diretores do MON, o acervo passou por um processo de higienização.
Estas novas obras devem passar pelo mesmo processo e ficarão em quarentena até que a equipe técnica tenha certeza de que elas não estão comprometidas com fungos, mofo ou cupim.
Décima fase
Duque voltou a ser preso em virtude de movimentações de dinheiro depositado em contas no exterior, realizadas durante o curso das investigações da Operação Lava Jato.
Nesta quinta-feira, Duque saiu da carceragem da Polícia Federal em Curitiba para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobrás.
Inicialmente, ele disse que permaneceria em silêncio, porém decidiu comentar uma questão envolvendo a mulher dele. Duque afirmou aos parlamentares que ela não tem parentesco com o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu e que também nunca esteve com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além de Duque, também foi preso preventivamente o empresário paulista Adir Assad. De acordo com o procurador do Ministério Público Federal (MPF) Roberson Pozzobon, Assad aparece como um novo operador do esquema de propina, atuando junto às empresas prestadoras de serviço à Petrobras.
Assad é engenheiro civil e promove shows e eventos no Brasil. Ele trouxe a banda U2, a cantora Amy Winehouse e Beyonce ao país. Ele também era dono das empresas JMS Terraplanagem Ltda., S Terraplanagem Ltda. e Rock Star Merketing.
Adir também já foi alvo em outros escândalos e investigado pela CPI do bicheiro Carlos Cachoeira, no Congresso Nacional, como suposto intermediário de propinas envolvendo a empreiteira Delta e o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit).
Também foi preso Lucélio Góes, filho de Mário Góes, apontado pela Polícia Federal como um dos operadores do esquema e que está detido desde fevereiro deste ano.
De acordo com Pozzobon, o pedido de prisão contra Adir Assad foi estruturado após a apreensão de notas fiscais na casa de Mário Góes.
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