Cidades

Aplicativo Uber começa a funcionar hoje em Salvador

O serviço de transporte urbano particular por aplicativo Uber anunciou que começa a operar em Salvador a partir das 14h desta quinta-feira (7). A informação foi passada ao G1 pelo diretor de comunicação da empresa, Fábio Sabba. A capital baiana passa a ser a 10ª cidade do país a receber o serviço, mesmo após a prefeitura já ter se posicionado contra a atuação da empresa, também alvo de críticas por taxistas que consideram o serviço irregular.

Presente em mais de 400 cidades de 70 países, o Uber começou a credenciar motoristas em Salvador em março. No Brasil, a empresa já atua com mais de 10 mil condutores em Brasília, Belo Horizonte, Campinas, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Em Salvador, o Uber não especificou a quantidade de motoristas cadastrados para o início das operações.

O secretário municipal de Mobilidade Urbana de Salvador, Fábio Mota, disse que o serviço oferecido pelo Uber é clandestino e que a prefeitura vai apreender veículos de motoristas flagrados trabalhando para a empresa. Os condutores também poderão ser multados, segundo o gestor. O prefeito ACM Neto se mostrou contra a circulação do transporte alternativo na cidade durante divulgação do novo regulamento de táxis, no mês passado.

"A prefeitura está com uma equipe pronta para fiscalizar. O Uber é considerado um transporte clandestino e será combatido como outros transportes clandestinos que atuam em Salvador. Estamos prontos para fazer o enfrentamento, tendo em vista que o Uber não é regulamentado e não passa por uma vistoria", disse o secretário.

Conforme Mota, somente esse ano, mais de 100 veículos que fazem transporte clandestino na capital foram apreendidos. "Não sabemos quem são as pessoas que dirigem para o Uber e nem se atendem aos quesitos de segurança. O único transporte desse tipo autorizado no município são os táxis. Portanto, os veículos serão apreendidos, os motoristas estarão sujeitos ao pagamento de multa e será encaminhada denúncia ao Ministério Público, pelo transporte de pessoas sem autorização", afirmou.

O diretor de comunicação do Uber, Fabio Sabba, argumenta, no entanto, que a empresa está de acordo com a política nacional de mobilidade urbana e que o serviço oferecido é diferente do que é prestado pelos taxistas. Além disso, segundo ele, o Uber tem a pretensão de ser uma alternativa ao uso do carro particular pelas pessoas.

"A política nacional de mobilidade urbana fala de dois tipos distintos de serviços de transporte público individual que se pode ter nas cidades: o privado, como é o caso do Uber, e o público, que são os táxis. Não se tem ainda uma regulação específica para o transporte individual privado, mas é como se fosse um motorista particular que você tem. O que o Uber faz é conectar esse motorista particular com o usuário por meio de tecnologia. Por causa dessa lei federal, a gente entende que o serviço do Uber é plenamente legal em todo o país. Além disso, queremos ser uma alternativa ao uso do carro particular, porque percebemos que muita gente quer evitar os problemas de se ter um carro, como pagar IPVA, seguro e se preocupar com estacionamento", destacou.

O diretor do Uber rechaçou a afirmação do secretário de Mobilidade da capital baiana de que o serviço seja clandestino. "Seria clandestino se fosse um tipo de serviço que faz a mesma coisa que um táxi faz. São serviços distintos. Para conseguir acessar o Uber, é preciso solicitar pelo aplicativo. Os carros não passam pela rua recolhendo pessoas, como os táxis. A gente tem um time de políticas públicas que conversa com todas as esferas de poder, tanto municipal, estadual, federal. Esse serviço é 100% legal, porque tem respaldo numa lei federal", destacou.

Assim como em outros estados do país, a atuação do Uber também não é aprovada pelos taxistas de Salvador. O diretor do sindicato da categoria na capital, Antônio Cruz Melo, diz que o serviço prejudica os trabalhadores, entre outros motivos, por cobrar mais barato que os táxis. 

No Uber, a tarifa base é de R$ 2,50. O preço por quilômetro percorrido é de R$ 1,21, enquanto o preço por minuto é R$ 0,20. Os carros precisam ser novos (a partir de 2008), ter no mínimo quatro portas e possui ar-condicionado. Já os taxistas cobram bandeirada de R$ 4,81 mais o valor da bandeira 1 (que custa R$ 2,42 por km rodado) ou bandeira 2 (que custa R$ 3,38). O valor para hora parada é de R$ 24,12 (R$0,40 por minuto)

"Somos totalmente contrários, porque só prejudica a gente. Eles não pagam nenhum imposto. Já conversamos com a prefeitura, e o prefeito já garantiu que não vai liberar esse serviço. Os carros deles são melhores do que o nosso e, além disso, o preço cobrado por eles é inferior em 50%, o que nos prejudica. Por outro lado, não são vistoriados e os passageiros não têm nenhuma segurança", destacou.

O diretor de comunicação do Uber afirma, no entanto, que o serviço oferecido pela empresa é seguro. "A missão é oferecer transporte seguro, acessível e confiável para a maior parte da população. Os motoristas, com idade mínima de 21 anos, passam por checagem de antecedentes criminais. Além disso, precisam ter carteira que permita exercer funções remuneradas, o carro precisa estar com documento em ordem e o condutor ainda precisa ter seguro para o usuário. Além disso, todas as transações são por cartão de crédito, tudo transparente e rastreável e com incidência de impostos", afirmou Sabba.

Com relação aos casos de conflitos envolvendo motoristas do Uber e taxistas em algumas cidades do país, a gerente de comunicação da empresa diz que o número de ocorrências tem diminuído. "Em Recife, que foi a primeira capital no Nordeste onde a gente chegou, não tivemos casos de violência. Conforme a gente vai vendo cada vez mais uma atuação do Judiciário nessa questão, com decisões favoráveis, e quanto mais os poderes executivos trabalham para regulamentar o serviço, só vai se pacificando na sociedade. É nessa fase que estamos agora", diz.

Fonte: G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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