A Companhia de Bebidas das Américas (Ambev) confirmou na manhã desta terça-feira (7) a compra da cervejaria artesanal Colorado, de Ribeirão Preto (SP).
A informação sobre o investimento da companhia na fábrica do interior de São Paulo foi confirmada pela assessoria de imprensa da Ambev, mas o valor do negócio não foi informado. O faturamento anual da Colorado é de R$ 18 milhões e a produção atual da empresa é de 120 mil litros.
Em nota enviada ao G1, a Ambev informou que com a compra a Colorado passou a fazer parte da Cervejaria Bohemia. Ainda segundo o comunicado, o fundador da cervejaria ribeirão-pretana, Marcelo Carneiro continuará à frente da empresa, dedicando-se principalmente à criação de novos produtos.
Carneiro não foi encontrado pela reportagem para comentar a compra da microcervejaria que fundou há 20 anos.
Segundo a Ambev, os funcionários da Colorado continuarão compondo o quadro da empresa e desenvolvendo as marcas da cervejaria, conhecida pelos rótulos premiados como Demoisele, Cauim e Appia, feita com mel.
“O compromisso das duas cervejarias de oferecer produtos de altíssima qualidade não muda e a união resultará em muita inovação para o consumidor, sempre valorizando a diversidade de ingredientes nacionais e a cultura brasileira, que fazem parte do DNA da Colorado”, afirmou a companhia no comunicado.
Para a Ambev, o negócio vai facilitar a distribuição da marca artesanal por todo o Brasil e ajudará a criar a “quinta escola cervejeira mundial” – a brasileira –, ao lado das produções belgas, alemãs, inglesas e americanas.
Sabores brasileiros
Desde a fundação, em 1996, a Cervejaria Colorado mistura os mais legítimos sabores brasileiros. O malte e o lúpulo, tradicionais na produção cervejeira, são combinados com ingredientes especiais, como café, rapadura, mandioca, mel e castanha do Pará, formando sabores inusitados e legitimamente brasileiros.
Em entrevista recente ao G1, o dono da cervejaria, Marcelo Carneiro, explicou que a ideia de usar insumos típicos brasileiros na cerveja foi inspirada pelas grandes escolas cervejeiras. “Os belgas utilizavam açúcar para elevar o teor alcoólico de suas cervejas, porque era o que tinha nas colônias deles. Já os ingleses possuíam um bom malte e fizeram suas cervejas mais maltadas", disse.
Por isso, comecei a olhar em volta. Aqui há cana-de-açúcar até onde o olhar alcança. Laranja tudo em volta. Pensei no mel de laranjeira, o café aqui perto. Então passei a utilizar ingredientes do país em cada cerveja e tentar iniciar uma coisa nova que é a escola brasileira de fazer cerveja”, conta.
Fonte: G1