"Tenho medo de andar no carro da Fifa e de ser hostilizado por algum manifestante", disse um funcionário brasileiro da entidade ao UOL Esporte.
Pouco antes, dois seguranças comentavam sobre o ex-atacante Ronaldo, que segundo eles está no hotel desde quinta-feira, dia do ato hostil. "O Ronaldo queria sair ontem", disse um deles. "Saiu, não. Ele não é louco, ficou na piscina", respondeu o outro.
Por volta das 11h desta sexta, seguranças do hotel se mobilizaram para preparar a saída de Ronaldo, membro do COL. Mas, até aproximadamente às 13h, ele não passou pela portaria principal.
De acordo com dois funcionários do hotel integrantes do estafe da Fifa (Federação Internacional de Futebol) que estavam prontos para visitar pontos históricos de Salvador, como o Pelourinho, cancelaram os passeios logo depois das ações violentas. Além da tentativa de invasão, um ônibus com o emblema da entidade foi depredado.
Nesse cenário de medo, brasileiros que trabalham para a Fifa têm dificuldade de explicar aos colegas estrangeiros as manifestações que se espalharam pelo país. Numa conversa em inglês, no saguão do hotel, um membro da Fifa disse a seu colega brasileiro o que tinha entendido a explicação: "sei, terroristas", afirmou numa referência aos manifestantes.
Enquanto isso, a Fifa se esforçava convencer a opinião pública de que não há risco de o Brasil perder o direito de receber a Copa do Mundo por causa da insegurança na Copa das Confederações. A entidade emitiu uma nota oficial para descartar essa possibilidades.
Antes, a federação internacional havia pressionado o governo a aumentar a segurança durante a Copa das Confederações.
À noite, foi a vez de a presidente Dilma Rousseff discursar em rede nacional de televisão para assegurar que será intransigente com atos violentos e que o Brasil não vai falhar na missão de organizar a Copa do Mundo no ano que vem.
UOL