Paulo Roberto Costa é acusado de participar de um esquema de desvio de verbas da Petrobras e de chefiar, ao lado do doleiro Alberto Youssef, uma quadrilha que pode ter movimentado mais de R$ 10 bilhões ilegalmente.
“As pessoas estão interpretando de forma bem antecipada. Acredito que como eu já fiz algumas delações, concluiu-se que ele partiria para isso. Ainda vou tomar pé dos autos”, contou a advogada. Segundo ela, ainda não há qualquer estratégia de defesa traçada. A advogada substitui o antigo defensor de Costa, Nélio Machado.
A Polícia Federal em Brasília e o Ministério Público Federal também haviam negado que houvesse qualquer acordo de delação com o ex-diretor da Petrobras.
"Nada disso [delação premiada] foi conversado com ele. Nós nos conhecemos hoje, eu assumi a defesa dele hoje", detalhou Catta Preta. Na entrevista, ela disse que tomou um susto ao saber das notícias em torno da suposta delação.
Paulo Roberto Costa foi preso durante a Operação Lava Jato, deflagrada em março deste ano pela Polícia Federal. As investigações policiais apontaram que Costa teria intermediado contratos de empresas de fachada, comandadas por Youssef, junto à estatal.
A reportagem também conversou com o advogado Nélio Machado. Ele informou que o desejo da delação premiada já vinha sendo cogitado pela família de Costa, mas que a defesa não considerava a hipótese. "Eu estive com ele {Costa} ontem, numa audiência, e ele garantiu que não partiria para esse caminho", conta o advogado.
Machado afirmou que nos autos ainda consta o nome dele como o representante do ex-diretor da Petrobras, mas diante dos fatos, vai abandonar a causa. "Eu acho que houve uma ruptura. Isso para mim vicia e contamina a relação profissional", contou o advogado, que chegou a entrar com um pedido de habeas corpus para Costa, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, pois considera a prisão do ex-diretor da Petrobras desnecessária.
Nova fase
Ainda nesta sexta-feira, a Polícia Federal deflagrou mais uma fase da Operação Lava Jato. Nesta operação, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em empresas registradas em nomes de terceiros e que, de alguma forma, estavam ligadas a familiares e pessoas próximas a Paulo Roberto da Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás e um dos investigados do processo. Do total de empresas, duas eram em locais diferentes e o restante no mesmo endereço.
O objetivo da ação no Rio foi recolher os documentos nas empresas vinculadas a Paulo Roberto Costa, preso por suspeita de envolvimento nos crimes, e aos familiares deles. Marcelo Barboza Daniel, sócio do genro de Costa, será ouvido, por supostamente ter emprestado dinheiro a ele. Os recursos foram apreendidos na casa do ex-diretor da Petrobras, na operação Lava Jato.
G1