Papa Francisco fecha a porta, o que simboliza o encerramento do ano da Misericórdia, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, no domingo (20) (Foto: Tiziana Fabi/ Reuters)
O Papa Francisco anunciou nesta segunda-feira (21) que todos os padres poderão absolver de forma indefinida o "pecado do aborto". Dessa forma, ele torna permanente uma medida temporária que foi instituída para o Jubileu da Misericórdia, que terminou no domingo (20).
"Para que nenhum obstáculo se interponha entre o pedido de reconciliação e o perdão de Deus, de agora em diante concedo a todos os sacerdotes, em razão de seu ministério, a faculdade de absolver a quem tenha procurado o pecado do aborto", escreveu o papa em uma carta apostólica.
"Quando concedi de modo limitado, para o período jubilar, o estendo agora no tempo", acrescentou.
"Quero enfatizar com todas as minhas forças que o aborto é um pecado grave, porque põe fim a uma vida humana inocente. Com a mesma força, no entanto, posso e devo afirmar que não existe nenhum pecado que a misericórdia de Deus não possa alcançar e destruir, ali onde se encontra um coração arrependido", disse ainda.
Ano da Misericórdia
Ao lançar o Ano Santo da Misericórdia, ao lado do papa emérito Bento XVI, o papa abriu a Porta Santa em 8 de dezembro de 2015.
O Ano Santo da Misericórdia celebrou o aniversário de 50 anos do final do Concílio del Vaticano II, que abriu a Igreja à modernidade.
Para o papa, a misericórdia é sinônimo desta abertura, única solução para este reformista que tenta convencer os fiéis que deram as costas à Igreja a retornar ao catolicismo.
Alguns círculos católicos conservadores lamentam, no entanto, que o discurso de Francisco se concentre tanto na justiça social e paz no mundo, ao invés de promover os valores tradicionais da Igreja.
Quatro cardeais desafiaram o papa esta semana sobre um de seus textos fundamentais, que indica uma tímida abertura aos casais divorciados que voltam a se casar no civil.
"Os que buscam fomentar a divisão com uma ideia ruim não impedem o sonho. Alguns rigorismos nascem de uma falta, de uma vontade de esconder por trás de uma couraça sua própria triste insatisfação", reagiu Francisco em uma entrevista publicada na sexta-feira pelo jornal católico Avvenire.
Fonte: G1